Ao longo dos debates realizados há pouco no plenário da Câmara, o líder do PPS, deputado Fernando Coruja (SC), defendeu a aprovação da emenda à Medida Provisória 316/06 que previa um reajuste de 16,67% para aposentadorias com valores acima de um salário mínimo. Na votação, a emenda foi rejeitada.
Segundo o líder, a Constituição determina que durante o período de aposentadoria seja mantido o poder de compra da época em que o trabalhador estava na ativa – o que, na avaliação dele, seria garantido pela emenda. "Os aposentados do País estão perdendo o seu poder de compra", argumentou.
O vice-líder do PSDB Antonio Carlos Mendes Thame (SP) também defendeu a emenda e argumentou que a ampliação do reajuste poderia "fortalecer o consumo e, em boa parte, voltar para o governo na forma de tributos".
Gastos públicos
Contrários à emenda, o vice-líder do PT deputado Tarcício Zimmermann (RS) e o vice-líder do governo Beto Albuquerque (PSB-RS) alertaram para o risco de aumento de gastos caso a emenda fosse aprovada. "Reajustamos as aposentadorias em índices acima da inflação e tentamos consolidar uma política ativa de valorização do salário mínimo. Não podemos comprometer essa política, por isso o PT vota contra a emenda, dentro do esforço pela melhoria da renda dos que ganham menos", declarou Zimmermann.
Albuquerque, por sua vez, advertiu para o que chamou de "perigo técnico da emenda", pois não foi identificada uma fonte de financiamento para a ampliação do reajuste das aposentadorias.