Oposição critica Bastos por “isentar” PT de caso dossiê

Os líderes do PFL e do PSDB, senadores José Agripino (RN) e Arthur Virgílio (AM), criticaram nesta quinta-feira (26) a tentativa do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, de isentar o PT pela compra do dossiê contra políticos tucanos. Segundo eles, o empenho do ministro serviu para mostrar seu interesse em encobrir a participação do governo no episódio. Para Agripino, o álibi do ministro – "conhecido por posar como advogado do governo" – é a de "aliviar os inquilinos do Planalto, assumindo a defesa do partido".

"Só que ele se esqueceu que os envolvidos são figuras carimbadas do governo e do PT", lembrou. Entre os quais, segundo Agripino, está o secretário particular de Lula, Gilberto Carvalho, que recebeu uma ligação de Jorge Lorenzetti, no dia em que os executores do esquema foram presos.

O líder tucano disse que a estratégia do ministro, "como bom advogado criminalista", é a de esconder "a quem interessa o crime". "Ele deixa no ar a pergunta", desdenhou. Virgílio aponta ainda a incoerência de Bastos de tentar livrar o partido cujo presidente, e então coordenador da campanha do presidente Lula, deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) , foi "sumariamente afastado, quase como réu confesso". "O pior é que ele continua misturando os papéis", criticou. "Um ministro precisa estar imbuído de uma dose de isenção acima daquela que deve ser observada entre seus colegas de gabinete", defendeu.

No entender do senador Agripino, o gesto do ministro fará com que, na sua já anunciada saída do governo, "ele leve na testa o carimbo de advogado dos delitos do PT e do governo". "O ministro Márcio Thomaz Bastos está imaginando que a sociedade brasileira emburreceu", criticou. "Ele se esquece que o dossiê converge para o Palácio do Planalto, via Gilberto Carvalho e José Dirceu, que nunca largou o governo".

Com relação a Carvalho, Agripino lembrou que sua participação no episódio lembra a que ocorreu no assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel. "É quase a reedição", comparou. Na ocasião, foram feitas gravações dele com pessoas supostamente envolvidas na trama, além dele ter sido acusado pelos irmãos do prefeito, João Francisco e Bruno Daniel, de ter afirmado que cabia a ele entregar a José Dirceu a propina recolhida de concessionários do município.

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