Os líderes dos partidos de oposição e da minoria na Câmara e no Senado começarão
hoje ao meio-dia uma operação de coleta de assinaturas para a instalação da CPI
Mista que vai investigar as denúncias de corrupção nos Correios, que envolvem o
PTB. Segundo o presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen, o processo
de desgaste e crise que passa agora o Congresso, com a denúncia, é semelhante ao
que desencadeou a CPI do Orçamento, quando vários parlamentares, inclusive o
então presidente da Câmara, Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), foram
cassados.
"Ninguém segura essa CPI, porque o partido que não assinar vai
colocar sob suspeita toda a sua bancada", disse Bornhausen, convencido de que a
sociedade vai cobrar um esclarecimento de cada parlamentar, nos estados. À
semelhança do que o PT fez no passado para denunciar quem votava contra os
trabalhadores, na Assembléia Nacional Constituinte, o PFL já programa a
instalação de painéis nas capitais, com a lista dos parlamentares que estão
apoiando e os " traidores" que não assinaram o requerimento de convocação da
CPI.
A previsão do PFL é que será aberto inquérito e os trabalhos da CPI
avançarão, inclusive no mês de julho, quando é o recesso parlamentar. Para
garantir o funcionamento, inclusive no recesso, o PFL começou a organizar uma
obstrução à votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias, sem a qual o Legislativo
fica impedido de suspender os trabalhos.