Oposição admite pouco foco na Infraero em CPI do Apagão Aéreo

Senadores tucanos e do partido Democrata também avaliam que a CPI do Apagão Aéreo não deve ter como foco nem a Infraero nem o deputado e ex-presidente do órgão Carlos Wilson (PT-PE). "Seria um tiro no pé focar na Infraero", disse o líder democrata no Senado, José Agripino (RN).

Na opinião de Agripino, a CPI precisa encontrar as razões do caos aéreo, que inferniza os passageiros e toda a economia brasileira que depende desse transporte, como o setor hoteleiro. "A Infraero será investigada na medida em que as razões da crise estiverem lá", explica Agripino. "A sociedade está de olho neste inquérito e não nos perdoará, se passarmos a imagem de que queremos pegar o governo para tirar dividendo político desta CPI", justifica.

Na mesma linha, o líder tucano Arthur Virgílio Neto (AM) diz que o PSDB não trabalhará "para apontar ladrão na Infraero, mas para apontar uma solução para a crise". O senador diz que a idéia é investigar corrupção na medida em que isto colaborar para a solução da crise. "E a crise é complexa", acrescenta, ao frisar que ela tem componentes administrativos, de má gestão; técnicos, de mau funcionamento de equipamentos, e tecnológicos, de aparelhagem inadequada.

"A CPI não pode ter como objetivo a Infraero porque ela é parte e não o centro da crise", concorda o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), que será escalado para compor o time da oposição no inquérito. "Temos que sustentar essa posição ainda que formos incompreendidos", ponderou em reunião com o líder no Senado e o presidente nacional do partido, senador Tasso Jereissati (CE). "Sucesso imediato não nos interessa. O importante é apresentar resultado ao final da CPI". Nos bastidores dos dois partidos, o tom das conversas é o mesmo. "Não haverá perseguição ao Carlos Wilson", resume um tucano, repetindo frase idêntica de um democrata.

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