Os desembargadores da 3ª Turma do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região decidiram ontem soltar todos os presos na Operação Sanguessuga, que investiga compras superfaturadas de ambulâncias. Os desembargadores também devem transferir para o Supremo Tribunal Federal (STF) inquéritos referentes ao caso que tramitam na 2ª Vara da Justiça Federal de Mato Grosso

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A decisão foi tomada no julgamento do pedido de habeas-corpus feito pelo ex-deputado Carlos Rodrigues, preso na operação. Agora, o STF fará triagem sobre quem responderá em foro privilegiado e definirá se alguém deve voltar à cadeia. Os desembargadores concluíram que o juiz em Mato Grosso não era competente para conduzir o processo, uma vez que há a suspeita de envolvimento de parlamentares – que só podem ser investigados pelo Supremo

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pretende trabalhar contra a criação da CPI dos Sanguessugas. Ele se reunirá esta semana com o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), e com líderes partidários para falar sobre o desgaste que nova comissão pode ocasionar. Para Renan, há grandes chances de a CPI se esvaziar por causa das eleições. Publicamente, o senador declara que "vai conferir as assinaturas, verificar se há fato determinado, se há preenchimento dos pressupostos constitucionais e decidir o que fazer"

O pedido de abertura de CPI, liderado pelos deputados Raul Jungmann (PPS-PE) e Fernando Gabeira (PV-RJ), já tem o número exigido de assinaturas, que podem ser retiradas até a leitura do requerimento de instalação. Na Câmara, a comissão de sindicância que apura o envolvimento de deputados na fraude apresenta hoje relatório que define nova lista de investigados. Podem ser 30, não 16, os parlamentares suspeitos.

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