Rio – Em operação que mobilizou 188 policiais federais, foram presas preventivamente 26 pessoas acusadas de pertencer a uma quadrilha que lesou os cofres do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em pelo menos R$ 15 milhões, de acordo com estimativas preliminares da própria Polícia Federal.
A operação Mercado Negro é resultado de 20 meses de investigações feitas pela Força Tarefa de Combate ao Crime Previdenciário e foi desencadeada durante a madrugada de hoje (1º), com o objetivo de cumprir 33 mandados de prisão e 42 de busca e apreensão, em sete municípios do Rio de Janeiro, inclusive a capital, e também no estado de Minas Gerais.
Segundo o superintendente da PF no Rio, José Milton Rodrigues, a quadrilha falsificava documentos para obter benefícios: "Era uma fraude contra o INSS mediante a inserção de dados falsos em registros de guias de recolhimento de FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Depois se fazia a contagem fictícia deste tempo, para a concessão de aposentarias fraudulentas".
Foram detidos três integrantes da quadrilha em Minas Gerais e outros 23 no Rio de Janeiro, incluindo os líderes, funcionários do Instituto: Ricardo Barreto de Almeida (o Neném), Militão Benjamin Derbly e Margarida Maria de Almeida Cerqueira, que chefiava o posto do INSS em Copacabana. Eles podem ser condenados a até 15 anos de prisão por formação de quadrilha e peculato (artigos 288 e 312 do Código Penal).
As ações da Operação Mercado Negro foram desenvolvidas também nos municípios de Nova Friburgo, Mesquita, Belford Rox, Niterói, São Gonçalo e Itaguaí, no Rio de Janeiro; e Ipatinga e Caratinga, em Minas Gerais. A PF recolheu dezenas de documentos, computadores, disquetes e guias do próprio INSS, que agora serão periciados. "Identificando os beneficiários das irregularidades, o Instituto promoverá, naturalmente, a suspensão desses benefícios obtidos de maneira ilícita", explicou o superintendente.