Operação Oeste da Polícia Federal prende mais 30 acusados de seqüestro

São Paulo – A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (26), na Operação Oeste, 30 pessoas acusadas de fazer parte de uma organização criminosa que se especializava em seqüestros. De acordo com o delegado Júlio Baida, que coordenou a ação da polícia, o foco da operação era a região oeste do estado de São Paulo, mas a organização criminosa também tinha ramificações em Minas Gerais, Paraná e Goiás.

Dos 42 mandados de prisão expedidos pela Polícia Federal, seis ainda não foram cumpridos. Nos últimos 20 dias, outras seis pessoas foram presas. ?Os mandados não foram cumpridos porque já eram pessoas procuradas pela Justiça e que estavam em locais de difícil acesso, mas pretendemos prendê-las nos próximos dias", disse o delegado, em entrevista coletiva na sede da Superintendência Regional da Polícia Federal.

Segundo Baida, a organização criminosa chegou a realizar cerca de 15 seqüestros e o faturava em torno de R$ 600 mil mensais. As investigações começaram em 2005, quando foi identificado um foco de corrupção dentro da Polícia Federal. ?A gente viu que, infelizmente, agentes se relacionavam com um bando para a prática dos mais variados delitos?, afirmou.

Um dos crimes cometidos pela organização era o chamado ?golpe 3×1?, quando os criminosos propõem a troca de dólar por moeda falsa ou fazem a troca de dólar por real num câmbio favorável ? um dólar por três reais. ?Essa vítima foi atraída para a região por uma quantidade muito grande de dólar. E o bando começou a migrar para o seqüestro?, explicou Baida.

Um ?pivô?, pessoa responsável por atrair vítimas, fazia uma proposta lucrativa de negócio para pessoas de lugares distantes do país. ?Essas pessoas eram atraídas com propostas lucrativas de uma máquina agrícola, de grãos. A pessoa vinha para ver essa máquina em fazendas?, contou Baida. ?Nos canaviais, a vítima era abordada, algemada, encapuzada, colocada em porta-mala de veículo e levada para um cativeiro. Geralmente uma chácara alugada por um ou dois dias?, acrescentou.

Os seqüestros eram realizados por três grupos distintos e o valor do resgate, de acordo com o delegado, "ficava mais ou menos no valor do negócio proposto? que atraiu a vítima, ?porque dessa forma eles sabiam que ela (vítima) tinha o dinheiro para pagar o valor do resgate?. Os valores dos seqüestros podiam variar de R$ 50 mil a R$ 250 mil.

As investigações apontaram que quatro policiais federais participavam do esquema, além de advogados, policiais civis e integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa que atua em presídios de São Paulo.

A assessoria de imprensa da PF também informou que 48 mandados de busca foram expedidos nesta quinta-feira em São Paulo ? na capital e nas cidades de Marília, Campinas, Assis, Paraguaçu Paulista, Ribeirão Preto, Álvares Machado, Presidente Prudente, Penápolis e Presidente Bernardes ?, em Goiânia (GO), Londrina (PR) e Uberlândia (MG).

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