Horas depois de o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, ter pedido a Israel que suspendesse o cerco à Faixa de Gaza, tropas israelenses atacaram o território palestino litorâneo em busca de túneis usados para traficar armas e explosivos e mataram oito pessoas nesta quarta-feira (30). As vítimas perderam a vida em ataques aéreos e trocas de tiros na periferia da Cidade de Gaza.
Forças israelenses já operavam no bairro de Shijaiyeh desde o fim de semana. De acordo com médicos palestinos, pelo menos 18 pessoas morreram desde o início da operação militar israelense. Os cerca de 17.000 moradores do bairro estão sem água nem energia elétrica desde o início do ataque, disseram testemunhas. O Exército israelense admitiu ter atingido uma central de distribuição no sábado, mas alegou ter consertado os geradores.
Israel promove uma ampla ofensiva militar contra a Faixa de Gaza desde o fim de junho, quando militantes palestinos capturaram um soldado israelense. Desde então, mais de 200 palestinos já morreram em ações do Exército de Israel na região.
Segundo testemunhas e fontes hospitalares, os palestinos mortos nesta quarta-feira perderam a vida em dois ataques aéreos e em meio a trocas de tiros. Entre os mortos há pelo menos um menino de 14 anos pego no fogo cruzado e um ativista palestino armado.
Soldados israelenses também arrasaram plantações, depredaram estufas e granjas e arrancaram dezenas de árvores pela raiz, denunciaram moradores de Gaza. O Exército israelense não se pronunciou sobre a destruição.
Nos últimos anos, soldados israelenses têm devastado sistematicamente plantações e estufas em Gaza. Os oficiais do Exército costumam alegar que a destruição tem como objetivo "privar militantes palestinos de esconderijos". O Exército israelense informou que os soldados descobriram nesta quarta-feira um túnel de 150 metros que seria usado para atacar o entroncamento de Karni, na fronteira entre Gaza e Israel.
Ainda nesta quarta-feira, Hossam Jaradat, líder do braço armado da Jihad Islâmica na Cisjordânia, morreu por causa dos ferimentos sofridos numa ação atribuída a agentes israelenses à paisana realizada na semana passada, informaram médicos.
No último dia 23, Jaradat foi baleado na cabeça por agentes israelenses à paisana no campo de refugiados de Jenin. Ele foi socorrido num hospital palestino e depois transferido para a Jordânia, onde morreu nesta quarta-feira (30). Um porta-voz do Exército israelense negou que agentes à paisana tenham agido na região de Jenin no dia em que Jaradat foi alvejado.