Operação em autopeças resulta em três prisões

Três pessoas foram presas em flagrante, ontem, durante blitz realizada em 12 empresas de venda de autopeças usadas de Curitiba. Além disso, dois desmanches foram fechados e motores adulterados foram apreendidos. A operação, em cumprimento de mandados de busca e apreensão, foi realizada pela Promotoria de Investigação Criminal (PIC) do Ministério Público, em conjunto com a Receita Estadual, Polícia Militar, Instituto de Criminalística e Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gerco).

Valdir Rei Chagas e Antonio Rei Chagas, pai e filho, proprietários da auto-peças Chagas & Chagas, no bairro Pinheirinho, foram detidos e encaminhados à Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos. Eles responderão por adulteração de peças de veículo, com base no artigo 311 do Código Penal, e poderão cumprir pena de três a seis anos de prisão, além de multa. O proprietário da Auto Peças Passarela, Thiago Fadel, também foi autuado em flagrante e encaminhado à Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos.

De acordo com o promotor da PIC, Paulo Lima, que acompanhou as operações, na Chagas & Chagas foram encontrados quatro motores remarcados “de fácil percepção visual”, enquanto na Auto Peças Passarela foram identificadas diversas irregularidades como ?carros recortados?, além de duas caixas de câmbio sem identificação.

Inibição

A operação em conjunto tem como objetivo inibir de forma direta e indireta a venda de peças de veículos furtados e roubados na capital.

O promotor Paulo Lima salientou que a operação de fiscalização é um trabalho que cabe à polícia e não à Promotoria de Investigações Criminais. “A nossa atribuição é de investigação, inteligência, mas a gente acaba fazendo o trabalho dos outros”, alfinetou. Segundo ele, está sendo estudado um sistema para que a PIC faça apenas o levantamento dos casos, e à polícia caberá a execução. (LS)

No Boqueirão, estourado outro desmanche de carros

Uma denúncia anônima indicando que na Rua 25 de Agosto, no Boqueirão, funcionava um desmanche, resultou na prisão de Jorge Obialski da Silva, 37 anos. Ele foi autuado em flagrante, na tarde de ontem, por receptação. No local, foi apreendido o Kadett, cor prata, placa AFQ-9317 com a numeração do chassi adulterada e peças de uma camioneta Silverado.

Uma pessoa telefonou anonimamente para a delegacia e disse que no local funcionava uma grande “indústria” de veículos roubados e furtados, que eram remarcados e vendidos. O delegado Hamilton Cordeiro da Paz, titular da DFRV, informou que os policiais foram verificar e viram um Kadet na garagem. Eles vistoriaram o motor do carro, perceberam que estava com o chassi lixado e deram voz de prisão a Jorge. “Na frente da casa tinha uma proteção de caçamba e nos fundos a caçamba, ambas de uma camioneta Silverado preta”, relatou o delegado.

História

Jorge alegou que comprou o kadett há dois anos, no Feirão do Pinheirão, no Tarumã, pagando R$ 5.500,00. Ele disse ainda que não transferiu o carro porque não havia conseguido pagar as multas. Quanto a caçamba, ele informou que comprou de um homem chamado Maurcio Taborda Ribas, também há dois anos, pelo valor de R$ 900,00 e obteve informações que a origem do veículo era Santa Catarina.

O delegado salientou que as investigações continuam no sentido de apurar outras pessoas envolvidas com o desmanche de carros. “A guerra aos desmanches continua. Se não existe receptador não tinha ladrão. A indústria do carro roubado é a terceira do país, perdendo apenas para a Volkswagen e a Fiat. Tirando os recpetadores de circulação estaremos contribuindo para que o número de carros roubados e furtados diminua. Se o ladrão não tiver para quem vender, não rouba”, argumentou o delegado.

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