Nos primeiros quatro dias da Operação Contra a Pirataria, realizada simultaneamente no Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, mais de um milhão de produtos piratas foram apreendidos segundo números da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). De acordo com o secretário executivo do Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos a Propriedade Intelectual (CNPC), Márcio Gonçalves, até o final do ano, dez estados devem estar participando da operação, coordenada pela Senasp em conjunto com as polícias estaduais.

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"O trabalho que vem sendo desempenhado pela Senasp na parte de coordenação junto aos estados prevê que, a cada mês, mais estados acabem se unindo nessa luta contra a pirataria", informou o secretário. Segundo ele, o trabalho, coordenado em nível federal, tem de ser obrigatoriamente repassado aos estados e municípios. "A importância deles nesse trabalho é de primeira ordem. A cada mês três novos estados se somam a essas operações e esperamos que no ano que vem consigamos ter ações simultâneas em todo o país".

Gonçalves disse que o que mais tem gerado preocupação à Senasp é que além dos CDs, DVDs, tênis e óculos, a secretaria tem se deparando com falsificação de cateteres, bisturis, preservativos e medicamentos. Ele lembrou que, no Código Penal, a falsificação de medicamentos tem as mesmas bases de um crime hediondo, com pena de dez a 15 anos de reclusão.

O secretário destacou a importância da população evitar comprar produtos piratas. "A população tem que realmente ficar atenta. Ao comprar um produto falsificado, ele estará sim, abastecendo esses grupos mafiosos internacionais". Existe a previsão do Código Penal, afirmou Gonçalves, de que aquele que está comprando conscientemente um produto pirata, um produto ilícito gerado pelo crime, pode responder pelo crime de receptação.

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De acordo com o secretário do CNPC, a legislação brasileira está entre uma das mais modernas do mundo. Uma mudança em 2003, no que diz respeito à violação de direitos autorais, elevou a pena para reclusão de dois a quatro anos. "Respondem por esse crime, aqueles que fabricam, importam, mantêm estoque, que oferecem ao público. Na verdade toda a cadeia que a auxilia na pirataria, responde por esse crime também", destacou Gonçalves