Com a apreensão de R$ 138 milhões em mercadorias, a Receita Federal do Brasil terminou hoje (14) a operação "Cataratas", a maior já realizada no País de combate ao contrabando. Mas o cerco vai continuar. Os fiscais já iniciaram hoje mesmo uma nova operação – "Fronteira Blindada" – , que tem prazo de duração até 30 de junho de 2006.
Segundo a Receita, o nome da operação mudou, mas as estratégias e a logística dos trabalhos continuam as mesmas: os postos fixos de fiscalização funcionarão 24 horas, mas haverá também postos em locais não definidos e equipes volantes para serviços de busca e fiscalização. A operação é integrada pelas polícias Federal, Rodoviária Federal e Rodoviária Estadual, Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) e Departamento de Estrada e Rodagem (DER).
A Receita calcula que anualmente o Brasil perde cerca de US$ 10 bilhões em arrecadação de tributos com o contrabando e a região de Foz do Iguaçu, na fronteira do Brasil com o Paraguai e Argentina, é uma das principais rotas de comércio ilegal. A operação "Cataratas" teve início há 12 meses. De acordo com a Receita, houve uma redução em mais de 60% no volume de mercadorias ilícitas e na extinção dos comboios de ônibus que carregavam contrabando.
Entre as mercadorias apreendidas, estão produtos de informática, equipamentos eletrônicos, cigarros, CDs e DVDs e 1.266 veículos. Além dessas mercadorias, foram apreendidos 2.176 87 quilos de maconha, 13,34 quilos de cocaína e 22,67 quilos de crack.
De acordo com a Receita, a realização da operação "Cataratas" colocou em risco a vida dos servidores e dos agentes que trabalharam em parceria. Houve perseguições a contrabandistas e ocorreram trocas de tiros. Além disso, foram encontradas granadas no meio de mercadorias irregulares que estavam sendo fiscalizadas. Os fiscais também sofreram e ameaças de morte. Outras situações de perigo ocorreram quando contrabandistas atearam fogo aos ônibus apreendidos.