Setenta pessoas foram presas hoje pela Polícia Federal (PF) em 12 estados e
indiciadas por formação de quadrilha, na chamada Operação Cevada. Entre os
presos, estão seis advogados e oito funcionários públicos, dois deles, policiais
militares. Os principais diretores e sócios da empresa de bebidas Schincariol
estão presos na sede da PF em São Paulo. "Em princípio, é uma grande organização
em sonegação fiscal", disse o delegado Cassius Baldelli.
A empresa é
acusada de sonegação fiscal, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e corrupção.
A estimativa é de que mais de R$ 1 bilhão podem ter sido sonegados pelo grupo
nos últimos cinco anos.
De acordo com o delegado, o grupo Schincariol se
utilizava de "parceiras", distribuidoras abertas em nome de pessoas sem
condições financeiras para o empreendimento, os chamados "laranjas".
A
investigação começou há dois anos, com denúncias anônimas recebidas pela Receita
Federal e operações realizadas em postos fiscais.
Cassius Baldelli
informou que dois grupos ajudavam no esquema de sonegação: o primeiro, em Minas
Gerais, era liderado por Otacílio de Araújo Costa, da empresa Dismar Comercial;
e o segundo, no Nordeste, por Marinaldo Albuquerque, da Disbetil Distribuidores.