Operação Albatroz investigará também fraudes em São Paulo

A Operação Albatroz, que prendeu 20 acusados de integrar uma quadrilha liderada pelo deputado estadual Antonio Cordeiro (PPS), especializada em fraudar o sistema de licitações do Amazonas, está a caminho de São Paulo, onde a Policia Federal (PF) acredita haver uma forte ramificação do esquema. Segundo a delegada Maria das Graças Malheiros, o vôo do Albatroz pode ir ainda mais longe. “Pode ir a qualquer lugar. É uma ave acostumada a longas distâncias”, disse. O albatroz é uma ave do Atlântico e Pacífico meridionais de coloração branca.

Suspeito de ser um dos líderes do bando, o empresário Mário Ricardo Farias Fomes, dono da Rio Claro Trust de Recebíveis, foi preso na capital paulista. Os delegados responsáveis pela investigação acreditam haver um braço de lavagem de dinheiro e evasão de divisas na cidade. Maria das Graças não quis confirmar os demais Estados onde a Operação Albatroz atuará, em breve. Mas pode ser naqueles onde as atividades da quadrilha estariam comprovadas – Rio Grande do Sul e Minas Gerais – serão alvo das apurações.

Com a prisão temporária prorrogada, os 18 denunciados por envolvimento na fraude que ainda estão detidos – Moacir Coutinho dos Santos e Pedro Dutra Prestes foram liberados – devem permanecer na cadeia pelo menos até quinta-feira (19). Isso se a PF não conseguir a transformação em prisão preventiva e, com isso, manter os envolvidos atrás das grades por tempo maior. “Até quinta, decidiremos quais os que podem ser liberados e quais devem ficar para não prejudicar as investigações”, a delegada.

Mas Cordeiro ainda não conhecerá a prisão por dentro. Com imunidade parlamentar mantida, ele deve ser punido, primeiramente, no bolso. A PF e a Receita Federal pediram o bloqueio de todos os bens de Cordeiro e dos parentes próximos. “Tudo o que ele tem faz parte do processo. Ele já está indiciado apesar de ainda não poder ser preso”, acrescentou Maria das Graças.

Na sexta-feira (13), a PF convocou uma testemunha – de identidade não divulgada – para esclarecer alguns pontos da averiguação. Esse procedimento será, de acordo com a delegada, rotineiro de agora em diante. “Vamos chamar várias pessoas para depor. Todos os que forem citados pelos presos terão de ser ouvidos. Mas não haverá mais qualquer prisão em Manaus devido a esse processo”, esclareceu.

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