EUA, França e Grã-Bretanha pretendem enviar a votação no Conselho de Segurança da ONU, dentro de uma semana, uma resolução que faça um chamado por um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah. O texto também buscaria reforçar a atual força de observadores da ONU na fronteira do Líbano até que um contingente mais robusto possa ser formado, disseram diplomatas e funcionários da organização, em Nova York. Segundo eles, também seria definida a criação de uma zona de segurança no sul do Líbano e o desarmamento do grupo xiita Hezbollah.
A França deixou claro que não enviará tropas para a força multinacional se antes não forem acertados os termos para um cessar-fogo permanente, aceito por todas as partes. Um encontro previsto para hoje para definir os países que integrariam a força foi adiado pela segunda fez esta semana, desta vez por tempo indeterminado. Isto porque a França anunciou que o boicotaria. "Acreditamos que as condições para o envio da força multinacional não estão dadas. Portanto, essas reuniões são prematuras", explicou o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da França, Denis Simonneau.
No Líbano, um membro do conselho central do Hezbollah, Ali Fayyad, disse que a guerra não terminará "enquanto Israel e os EUA continuarem impondo condições para a trégua. Ele também afirmou que o grupo se opõe a uma força de paz. Já o chefe das operações de forças de paz da ONU, o francês Jean-Marie Guehenno disse ao diário francês Le Monde que será difícil convencer os países membros a oferecer tropas para uma força de paz se antes não houver um cessar-fogo."Uma força internacional nunca pode impor a paz. É difícil unir as pontas de um processo político sob bombardeio", disse Guehenno.
O governo americano repreendeu duramente hoje o subsecretário-geral da ONU, Mark Malloch Brown, que pela segunda vez nos últimos meses criticou a política americana para o Oriente Médio. Brown declarou que os EUA deveriam permitir que outras nações compartam com eles os esforços diplomáticos na região. Disse ainda que os EUA e a Grã-Bretanha, nações que conduziram a guerra e a ocupação do Iraque, não são as mais indicadas para resolver a crise libanesa.
