ONU pede US$ 60 milhões para ajudar refugiados iraquianos

A agência das Nações Unidas que se ocupa dos refugiados no mundo lançou nesta segunda-feira (8) um apelo de emergência para conseguir US$ 60 milhões a fim de ajudar entre 40 mil e 50 mil iraquianos que fogem de suas casas todos os meses e os 3,7 milhões que já se encontram foragidos. Só em 2006, quase 500 mil iraquianos fugiram para outras regiões do país.

O número total de pessoas que se encontram desalojadas dentro do país, por causa da violência e das privações, deve atingir 2,3 milhões até o final deste ano, afirmou o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). "A constante violência no Iraque deve continuar a representar mais deslocamentos da população, tanto dentro como fora do país, atingindo uma boa parte das regiões vizinhas", afirmou a agência, acrescentando que esta é a maior crise de refugiados na região, em mais de 50 anos.

"O atual êxodo é o maior movimento populacional no Oriente Médio desde o deslocamento dos palestinos depois da criação do Estado de Israel, em 1948", afirmou o Acnur. De acordo com os dados da agência, aproximadamente um a cada oito iraquianos está agora desalojado, embora muitos deles já tenham fugido antes da invasão do Iraque liderada pelos EUA, em 2003. Cerca de 1,7 milhão de iraquianos estão foragidos dentro do próprio país, enquanto até 2 milhões tenham buscado refúgio nos países vizinhos.

O Acnur disse que os fundos emergenciais, requisitados após os US$ 1 bilhão solicitados no mês passado para suas operações mundiais em 2007, seriam usados para cobrir os programas de proteção e assistência para os refugiados iraquianos dentro e fora do país, e também aos destinados aos refugiados estrangeiros no Iraque.

Prostituição

Segundo o Acnur, a extrema pobreza está obrigando as mulheres a se prostituir e deixando os refugiados e as comunidades que os acolhem cada vez mais vulneráveis. A agência chamou a atenção para a necessidade de assistência emergencial para até 250 mil pessoas no Iraque. "Quanto mais este conflito se prolongar, mais difícil será para as centenas de milhares de pessoas desalojadas e as comunidades que estão tentando ajudá-las", afirmou o alto comissário da ONU para refugiados, Antonio Guterres. "O peso sobre as comunidades e os governos que os acolhem é enorme."

A agência disse que só a Síria está recebendo entre 500 mil e 1 milhão de refugiados; a Jordânia já recebeu 700 mil, enquanto entre 20 mil e 80 mil estão no Egito e até 40 mil foram acolhidos pelo Líbano. De acordo com o Acnur, dezenas de milhares continuam a fugir do país todos os meses.

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