O chefe do setor de ajuda humanitária da ONU, Jan Egeland, pediu hoje uma trégua de três dias entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah para que civis possam ser removidos de áreas sob bombardeio e as autoridades possam enviar alimentos e remédios a regiões que agora estão isoladas.
De retorno de uma visita ao Líbano e Israel, Egeland fez o apelo no Conselho de Segurança da ONU, em Nova York, enquanto Israel e o Hezbollah entravam hoje no 17º dia de conflito. "Precisamos de pelo menos 72 horas para remover feridos, crianças, idosos e deficientes da região do fogo cruzado no sul do Líbano", explicou. As equipes de socorro aguardam garantias de segurança para entregar até 20 mil toneladas de alimentos. Egeland também fez um apelo ao Hezbollah para que pare de armazenar munição e manter os combatentes em áreas residenciais.
Nenhum dos lados interrompeu hoje os ataques. Os bombardeios israelenses mataram hoje 14 libaneses e os foguetes do Hezbollah feriram 13 pessoas no norte de Israel. O grupo lançou um novo tipo de míssil de longo alcance.
O comando militar israelense informou ter matado nesta sexta-feira (26) combatentes do Hezbollah na cidade de Bint Jbail, a 2 quilômetros da fronteira, totalizando mais de 200 desde o início do conflito, no dia 12. O grupo só admitiu até agora 35 mortes e acusa Israel de inflar as suas baixas. Morreram desde o dia 12 459 libaneses e 51 israelenses.
O Exército israelense tenta controlar Bint Jbail como parte de seu plano de estabelecer uma zona-tampão numa extensão de 25 quilômetros quadrados a partir da fronteira. Ontem, o governo desistiu de ampliar a ofensiva terrestre, mas convocou para treinamento 30 mil reservistas, indicando que prevê um longo conflito.
Hoje a ONU decidiu remover da fronteira 50 observadores desarmado que integram uma missão de verificação, estabelecida em 1948, após a primeira guerra árabe israelense. A decisão é resultado do bombardeio israelense que na terça-feira matou quatro observadores.
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