A máxima instância jurídica da Organização das Nações Unidas (ONU) apontou que os sérvios "deveriam ter feito o máximo que estivesse a seu alcance para tentar impedir os trágicos eventos que se desenhavam" no caso do genocídio de muçulmanos no enclave de Srebrenica em julho de 1995. A Corte Internacional de Justiça (CIJ) concluiu hoje que a Sérvia falhou ao não fazer uso de sua evidente influência sobre os servo-bósnios para impossibilitar o massacre, mas eximiu Belgrado de responsabilidade direta ou cumplicidade com o caso.
Na mesma decisão, a Corte decidiu que os líderes sérvios não cumpriram suas obrigações internacionais por não punirem os responsáveis pelo genocídio de julho de 1995, quando o enclave de Srebrenica era controlado pela ONU.
Ao ler a decisão, a juíza Rosalyn Higgins disse que "estava claro em Belgrado" que havia o risco de ocorrer uma carnificina em Srebrenica, onde mais de sete mil muçulmanos bósnios foram assassinados.