O Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou neste sábado (23), por unanimidade, uma resolução de sanções contra o Irã. O motivo foi o programa nuclear do país, suspeito de incluir a produção de armas nucleares. O texto prevê restrições ao comércio de materiais sensíveis e mísseis balísticos para Teerã, e pede ao país que interrompa seu programa de enriquecimento de urânio. O Irã terá um prazo de 60 dias para obedecer, caso contrário sofrerá as punições.
O enriquecimento de urânio pode ser usado tanto para a produção de bombas nucleares quanto para a produção de energia. O governo do presidente Mahmud Ahmadinejad alega que seu país utiliza o processo apenas para fins pacíficos. O texto aprovado hoje pede também que Teerã interrompa a construção de um reator de água pesada, exigência antiga da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Concretamente, a sanção proíbe que os países membros da ONU forneçam ao país material e tecnologia que possam ser utilizados para enriquecer urânio ou para seu programa de mísseis balísticos.
A resolução, apresentada por França, Grã-Bretanha e Alemanha, é resultado de dois meses de negociações. Rússia e China defendiam uma proposta mais gradual. Hoje, o presidente americano, George W. Bush, e seu colega russo, Vladimir Putin, discutiram a questão horas antes da aprovação do texto na ONU.
Um dos pontos de discórdia entre Rússia e Estados Unidos – e que afinal foi mantido no texto – é sobre o congelamento de ativos financeiros de empresas e pessoas supostamente envolvidos no programa nuclear iraniano. O documento solicita ainda ao diretor da AIEA, Mohammed El Baradei, um relatório, dentro de 60 dias, sobre o cumprimento da resolução por parte do Irã. O texto prevê a adoção de "medidas apropriadas", não especificadas, caso Teerã mantenha suas atividades nucleares.