A comunidade internacional e o governo afegão têm de redobrar esforços para reconstruir a nação devastada pela guerra a fim de reconquistar a confiança pública abalada pela intensificação da insurgência taleban e a corrupção, afirmou o principal diplomata da Organização das Nações Unidas (ONU) no Afeganistão. Um relatório de uma missão do Conselho de Segurança da ONU que visitou o país no mês passado "reconhece que a confiança pública tem sido exaurida pela insurgência, corrupção, comércio de drogas ilegais e pouca ou nenhuma garantias legal", disse Tom Koenigs numa entrevista coletiva em Cabul.
Entretanto, o conselho continua convencido de que o Afeganistão Compacto – um projeto de cinco anos de reconstrução e desenvolvimento assinado em fevereiro para a empobrecida nação – é a estratégia a ser perseguida. "É preciso que a comunidade internacional e o governo do Afeganistão façam um grande esforço adicional para superarmos os problemas que enfrentamos hoje", disse Koenigs. "Não temos um problema de estratégia. Temos um problema de implementação".
A missão pediu por reformas no setor de segurança, com a ajuda internacional, a fim de criar um Exército mais forte e reformar o Ministério do Interior, que controla a polícia e tem sido acusado de corrupção generalizada. O relatório, que será divulgado em Nova York hoje à tarde também sublinha a necessidade de se proteger os civis, muitas vezes pegos no fogo cruzado entre insurgentes taleban e tropas internacionais. Cerca de 4 mil pessoas já foram mortas este ano na violência insurgente no Afeganistão, sendo centenas delas civis.
