O Programa Mundial para Alimentação da ONU (WFP, por sua sigla em inglês) afirmou hoje que a Faixa de Gaza enfrenta uma crise crescente como resultado de dois meses de ofensiva israelense. "Indústrias que formavam a espinha dorsal da economia de Gaza, tais como agricultura e a pesca, estão sufocadas com a atual situação e correm o risco de perder sua viabilidade", disse o diretor da WFP, Arnold Vercken.
De acordo com o programa da ONU, a atual crise deixou 70% dos habitantes da Faixa de Gaza vulneráveis à falta de alimentos e forçou a WFP a aumentar o número de residentes que recebem ajuda de 160.000 para 220.000. Entre os novos atendidos encontram-se, principalmente, sitiantes e pescadores pobres e suas respectivas famílias.
A agência, com sede em Roma, lembrou também para que a atual crise no Líbano não encubra a crítica e duradoura situação em Gaza. "Em contraste com o Líbano, onde a necessidade de alimentação vem sendo atendida, o crescente número de pobres em Gaza está vivendo com o mínimo necessário e trava uma luta diária para se alimentar", afirma o WFP por meio de um comunicado.
Segundo o programa, com o fornecimento de água e eletricidade abaixo do necessário, os sitiantes, forçados a comprar energia e água para manter suas plantações, são obrigados a aumentar o preço de seus produtos num momento em que a população em geral não pode pagar mais. Do lado dos pecadores, o problema consiste no bloqueio marítimo imposto por Israel desde 25 de junho.
A agência informa também que carece de fundos para atender os necessitados em Gaza e que até agora conseguiu cumprir apenas 44% de seu plano de ajuda para área.