ONU acompanha investigações sobre morte da irmã Dorothy

A Organização das Nações Unidas está acompanhando as investigações sobre a morte da irmã Dorothy Stang, dia 12, em Anapu, Pará. Hina Jilani, representante especial do secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, para os Direitos Humanos, foi informada sobre o assassinato e está avaliando a situação. A missionária trabalhava há décadas com pequenos produtores.

A ONU indica que, por enquanto, a representante de Annan prefere aguardar as investigações conduzidas no Brasil. Porta-vozes da ONU indicam que Jilani tem observado que o Brasil estaria "cumprindo suas obrigações nas investigações e na tentativa de esclarecer o caso". Uma das funções de Jilani é cobrar explicações dos governos em caso de assassinatos ou ameaças a pessoas que são consideradas defensoras dos direitos humanos. Isso ainda poderá ser feito.

A questão da proteção de ativistas no Brasil é um tema que a ONU sempre destaca quando se fala sobre a situação do País. Nos últimos anos Jilani já foi obrigada a pedir em várias ocasiões explicações ao governo brasileiro sobre mortes. Um exemplo foi o caso dos assassinatos de duas testemunhas, mortas depois de terem denunciado em 2003 a existência de grupos de extermínio à relatora das Nações Unidas, Asma Jahangir, durante sua viagem ao Brasil.

Asma Jahangir visitou o País há dois anos e, entre os vários compromissos que teve, ouviu denúncias feitas por Gerson Jesus Bispo, na Bahia, e por Flávio Manoel da Silva, em Pedras de Fogo, na Paraíba.

Os dois foram executados dias depois de conversarem com a representante da ONU.

Em 2003, o governo brasileiro ainda foi criticado por Jilani por demorar a responder os pedidos de explicações sobre os assassinatos de defensores dos direitos humanos. Jilani teria enviado dez pedidos de esclarecimentos sobre ameaças e assassinatos de ativistas no País apenas entre 2002 e 2003.

Um desses pedidos foi para que o governo desse uma solução aoo caso de Raimundo Rosa Neres, líder do grupo indígena pataxó hã-hã-hãe. O líder da tribo foi assassinado na Bahia e, segundo informações recebidas pela ONU, os autores seriam funcionários de fazendeiros da região de Pau Brasil.

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