Brasília – No esforço de envolver o maior número possível de agentes comunitários nas ações preventivas de combate a doenças, o Ministério da Saúde deu um curso de três dias nessa semana para representantes de organizações não-governamentais (ONGs) dos estados do Sudeste. Eles irão trabalhar a partir de agora no esclarecimento das populações sobre como agir para evitar contágios da hepatite.

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Curso semelhante foi dado, inicialmente, a representantes de organizações da sociedade civil da região Sul e um terceiro painel já está agendado para o mês de setembro, dirigido a ONGs das regiões Norte e Nordeste, conforme revelou a coordenadora do Programa Nacional de Hepatites Virais, Gerusa Figueiredo, em entrevista à Rádio Nacional.

O objetivo, segundo ela, é capacitar os representantes das ONGs sobre o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e fazer com que eles se tornem parceiros do ministério, com atuação complementar para facilitar o acesso dos agentes de saúde às populações. Isso porque às vezes os funcionários e o próprio poder público encontram dificuldades na atuação, que são melhor resolvidas por quem tem contato direto e permanente na comunidade, explicou.

"Todas as doenças tem determinação social. A gente não consegue anular um único componente biológico, atuando e determinando o aparecimento dos problemas da saúde". Segundo ela, é preciso contar com os segmentos organizados da sociedade e com o maior número possível de informações sobre práticas de segurança e higiene.

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A coordenadora citou como exemplo o caso da hepatite, que exige cuidados diferenciados para cada tipo (A, B e C). A hepatite do tipo A, por exemplo, está ligada a questões de saneamento básico e condições de higiene, enquanto a hepatite B acontece por transmissão sexual e a hepatite C passa no contato sanguíneo. Este, quase sempre, por uso de drogas injetáveis, colocação de tatuagens e pearcings sem medidas de segurança, ou até mesmo alicates de unha.