Vem aí mais uma CPI, desta vez para investigar os repasses de dinheiro oriundo dos cofres do governo federal a uma farândola de organizações não governamentais (ONGs). A iniciativa é do senador Heráclito Fortes (PFL-PI), que apresentou requerimento com as 34 assinaturas regimentais à mesa diretora do Senado, pedindo a abertura da comissão.
O estopim foi o indício de que a ONG UniTrabalho, que tem entre seus dirigentes o antigo churrasqueiro do presidente Lula, Jorge Lorenzetti, teria recebido do governo federal algo em torno de R$ 18 milhões, durante o atual mandato. Lorenzetti é um dos citados como mentores do plano de compra do dossiê visando incriminar José Serra, então candidato tucano em campanha para o governo de São Paulo.
Trata-se de excelente oportunidade para explicitar de modo conveniente à sociedade o montante do aporte financeiro da união às ONGs e, mais, se o dinheiro foi ou está sendo aplicado de maneira correta.
Para as organizações que agem com lisura e respeito aos contribuintes, será a grande oportunidade de prestar contas, justificando a aplicação de cada real a elas repassado. Caso contrário, a cidadania também precisa estar ciente do que é mero embuste para malversar recursos que deveriam ter destino mais nobre.
A presunção a ser apurada pela CPI das ONGs é que existe muita coisa estranha ocorrendo no setor, tornando imprescindível um levantamento rigoroso do ?estado da arte?. Resta saber se haverá tempo até o final da legislatura para tamanho esforço.