Leão de circo: feridas na cabeça denunciam violência.

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A Declaração Universal dos Direitos dos Animais tem quase 30 anos, mas pouca gente sabe que ela existe. Por isso, os abusos contra os bichos são constantes. É o que denuncia a ONG SOS Bicho, que esteve ontem na Boca Maldita cobrando mais agilidade em processos judiciais, além de condenar o uso de animais em espetáculos circenses.

A integrante da ONG, Rosana Vicente Gnipper, fala que o artigo 10.º do documento proíbe que os animais sejam usados para o divertimento do homem, como ocorre nos circos espalhados pelo mundo. "Por mais que ele tenha o melhor veterinário do mundo ou a melhor alimentação, ali não é o habitat natural dele. Deveria estar solto na natureza", justifica Rosana.

O material distribuído à população informava que para fazer com que as feras obedeçam ao treinador, elas passam por processos de domesticação que incluem dor, fome e sede. Além disso, são transportados em caminhões que não têm controle de temperatura ou viajam horas acorrentados, sem poder se mexer. "Sabemos que o uso de animais no circo é uma questão cultural. Mas a escravidão também era e acabamos com ela", compara.

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Rosana também fala que a Justiça tem se mostrado lenta na hora de punir os agressores. Em julho, dois cães da empresa de segurança Dog Alerta foram apreendidos pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente por maus tratos. O caso foi parar no juizado especial mas ainda permanece sem solução. "A Justiça tem sido muito lenta para punir os culpados", critica.

Estupro

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As agressões também ocorrem dentro da casa das pessoas. Muitos bichos passam o dia confinados em lugares pequenos, sem água ou comida, porque os donos trabalham fora. Uma situação que começa a preocupar é o estupro de cadelas: "Temos recebido vários telefonemas com este tipo de denúncia. Mas para levar o caso para a delegacia precisamos de provas. São as próprias pessoas que deveriam formalizar a denúncia, mas ficam com medo de arranjar briga com os vizinhos", explica a ativista.

Além disso, os animais são vítimas de abandono. As pessoas compram os bichos, mas depois que descobrem que eles dão trabalho, jogam na rua. Segundo Rosana, existem nas ruas da cidade 96 mil cães. Os que são capturados pela carrocinha acabam morrendo na câmara de gás.