A imprensa mundial divulgou nesta sexta-feira a intenção da Organização Mundial do Comércio (OMC) de estudar os efeitos que os alimentos geneticamente modificados provocam à saúde humana,convocando cientistas para darem seus pareceres sobre o assunto.
Uma posição final deve ser anunciada somente no início do próximo ano. A convocação foi feita para resolver uma disputa entre os Estados Unidos e a Europa. Os americanos se queixam das dificuldades para exportar para a Europa produtos com elementos transgênicos e, em 2004, lançaram um caso contra Bruxelas, na Bélgica.
Apesar da importância do tema, representantes da sociedade civil não terão acesso às discussões, o que gerou uma queixa de organizações não-governamentais (ONGs) ao ombudsman na União Européia (UE). Todo o processo na OMC, por enquanto, será feito a portas fechadas e os documentos e resultados de avaliações serão mantidos em sigilo.
Uma das entidades que não teve acesso às informações foi a Friends of the Earth, a maior organização ambiental na Europa. A organização enviou uma petição à OMC com mais de 100 mil assinaturas de indivíduos de quase 90 países, entre eles o Brasil, para que o caso deixasse de ser tratado como um tema de disputa meramente comercial. Entre as personalidades que aderiram ao pedido estava o bispo sul-africano Desmond Tutu e o ativista francês Jose Bové.
