O País irá assistir a uma lídima briga de foice no escuro entre as duas maiores forças que se digladiam pela conquista da Presidência da República, a julgar pelo sabor dos aperitivos servidos durante as convenções que oficializaram as candidaturas de Luiz Inácio/José Alencar e Geraldo Alckmin/José Jorge.

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Os ataques de ambos os lados da trincheira, é plenamente possível imaginar, se concentrarão em pontos sensíveis localizados abaixo da linha da cintura, aliás proibidos e passíveis de rigorosa sanção no próprio boxe, fonte em que a sabedoria popular foi garimpar a melhor figura de linguagem para expressar baixeza ética e moral.

Ao invés de aproveitar a oportunidade oferecida pela campanha eleitoral para apresentar ao povo cada vez mais desiludido por promessas irrealizáveis – emprego, renda, dignidade e qualidade de vida – além das demais incongruências repetidas num cantochão aborrecido e inverossímil, os candidatos deveriam estar obrigados, em primeiro lugar pelo respeito devido aos verdadeiros construtores da riqueza nacional, a discorrer sobre projetos administrativos desenhados para fazer o País progredir com segurança e não ficar à mercê dos solavancos do mercado, da volatilidade dos investimentos ou dos maus bofes dos pretensos donos do planeta.

Tal pretensão de superioridade política haverá de esbarrar, no entanto, na falta de preparo e qualidade dos ?estadistas? que se aprestam a porfiar pelo mais elevado cargo da República. Carentes da capacidade de antecipar os alicerces do futuro duma nação envergonhada por inúmeros retrocessos, os candidatos se esgoelam em comparações inúteis e sem fundamento, como se o racional fosse governar com os olhos no passado. Basta de conversa fiada, o Brasil precisa avançar!

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