Brasília (AE) – A organização ambientalista Greenpeace denunciou nesta quinta-feira que as multinacionais Bunge e Cargill utilizam sementes de soja transgênica na fabricação de óleo de soja comestível. A entidade promoveu uma manifestação em frente ao Congresso para alertar o governo sobre a necessidade de que os produtos oferecidos por essas empresas sejam retirados dos supermercados. A lei, lembrou o Greenpeace, garante a informação ao consumidor e precisa ser cumprida. A Bunge produz o óleo Soya e a Cargill tem a marca Liza.
"As duas multinacionais usam matéria-prima transgênica, mas os brasileiros não ficam sabendo porque nem a empresa nem o governo estão cumprindo as leis que garantem a informação ao consumidor", afirmou Gabriela Couto, da Campanha Engenharia Genética, do Greenpeace.
Representantes do Greenpeace entregaram um dossiê e uma carta para representantes do Ministério da Justiça. O material traz amostras de soja, documentos e um vídeo disponível na internet com declarações de caminhoneiros, além de imagens da realização de testes que compravam a presença de soja transgênica na produção de óleo. "As evidências entregues ao governo comprovam que a soja transgênica está sendo usada pela Bunge e pela Cargill na fabricação de diversos produtos, como os óleos da marca Soya, Liza, Primor e Olivia, e que não há qualquer rotulagem dos produtos oferecidos ao consumidor", disse Gabriela.
As regras para rotulagem constam em decreto número 4.680/03 em vigor desde abril de 2004. O decreto determina que todos os produtos fabricados com mais de 1% de transgênicos devem trazer essa informação no rótulo.