A Organização Internacional do Trabalho (OIT) defende a necessidade de se intensificar a mobilização social geral ? e do empresariado em particular ? na luta contra o vírus da aids, conforme salientou hoje (06) o diretor-geral da OIT, Juan Somavia. Ele participou doúltimo dia da reunião OIT/Unaids sobre aids e o mundo do trabalho na América Latina e Caribe, que acontece em Brasília.
O dirigente da OIT disse que o grande desafio é descobrir como enfrentar a discriminação e fortalecer as ações de prevenção contra uma pandemia que afeta "principalmente as pessoas em idade produtiva". Razão porque defende maior mobilização nas empresas, para que o local de trabalho seja um local de proteção, prevenção, atenção e esperança para pessoas infectadas.
Dados distribuídos pelo Comitê de Organizações Copatrocinadoras da Unaids mostram que 2 milhões de pessoas vivem com aids na América Latina e Caribe, além das 600 mil mortes registradas nos últimos 20 anos. O comitê trabalha também com a estimativa de que cerca de 500 pessoas contraem o vírus diariamente na região. Daí porque todas as autoridades envolvidas nos debates defendem maior integração de ações para diminuir o problema.
Oito ministros latino-americanos e caribenhos participaram dos debates deste sábado. Dentre eles, o ministro do Trabalho e Assistência Social do Chile, Osvaldo Andrade Lara. Segundo ele, "as políticas sociais são mais efetivas quando ganham reforço da sociedade, e isso pressupõe que a democracia torna-se mais viável com inclusão social para todos, sem estigmas ou preconceitos".
Como representante do governo brasileiro, o diretor-adjunto do Programa Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde, Carlos Passarelli, destacou a necessidade de uma ação coordenada no continente para reduzir as "iniqüidades e desigualdades" em relação ao acesso universal que os soropositivos têm no tratamento. A epidemia, segundo ele, "não se comporta da mesma forma nas diferentes regiões", e se expande atualmente com mais velocidade entre as mulheres.