A Organização Internacional do Trabalho (OIT) entregou hoje ao governo brasileiro um plano de prevenção ao tráfico internacional de seres humanos e de amparo às vítimas desse tipo de comércio. O plano, recebido pela secretária nacional de Justiça, Cláudia Chagas, terá a cooperação técnica e financeira do organismo, vinculado às Nações Unidas (ONU). Ele prevê mecanismos para facilitar a repatriação de pessoas libertadas, hoje muito burocrática, a reabilitação psicológica e a inserção das vítimas no mercado de trabalho.
Terceira atividade criminosa mais rentável no mundo, atrás apenas da corrupção e do tráfico de drogas, o tráfico de seres humanos movimenta cerca de U$ 7 bilhões e causa 500 mil vítimas a cada ano. São em sua maior parte mulheres, inclusive menores de idade, aliciadas por redes internacionais de prostituição. A maior parte é originária do Leste Europeu e de países desgarrados da antiga União Soviética.
Mas o Brasil já desponta como um dos maiores supridores desse mercado, conforme levantamento feito pelo Programa Global de Combate ao Tráfico de Seres Humanos, do Ministério da Justiça em parceria com o Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime. Cooptadas em capitais litorâneas nordestinas e também em Goiânia, Rio e São Paulo, as brasileiras são levadas geralmente para casas de prostituição na Espanha, Portugal, Itália e Israel onde têm o passaporte retido pelas máfias e passam a viver em uma condição que a ONU equipara à de escravidão.
O projeto da OIT beneficiará inicialmente cinco capitais nordestinas – Natal, João Pessoa, Fortaleza, Recife e Salvador – que estão entre as rotas mais utilizadas pelas quadrilhas de aliciadores. O trabalho será focado, conforme o Ministério da Justiça, no atendimento a mulheres, crianças e adolescentes vítimas do tráfico para fins de exploração sexual. Na outra ponta do projeto, serão desenvolvidas ações de conscientização, repressão e prevenção em países receptores, entre os quais Espanha, Holanda, Itália, Portugal, Alemanha e Estados Unidos.
Uma das metas do projeto é o resgate da auto-estima das vítimas, às quais serão oferecidas oportunidades de qualificação profissional para reinserção no mercado de trabalho.
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