OIT considera ”alarmante” índice de jovens no trabalho informal

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) considera preocupante o alto
índice de trabalhadores jovens na informalidade e sem qualquer garantia
trabalhista e recomenda que o governo intensifique as políticas públicas para a
inclusão do grupo no mercado formal de emprego.

De acordo com pesquisa
realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2003 e
divulgada nesta quinta-feira, 13,8 milhões de pessoas, a maioria na faixa dos 18
aos 39 anos de idade, estão no setor informal. O número representa 25% do total
da mão-de-obra ocupada nos centros urbanos do país e teve um crescimento de 8%
em relação a 1997.

Para o diretor adjunto da OIT no Brasil, José Carlos
Ferreira, "os dados do Brasil são alarmantes porque a informalidade dos homens
jovens negros, com idades entre 16 e 24 anos chega 72% do total de ocupados.
Também em relação às mulheres, a situação deve ser examinada com mais detalhes,
porque a mulher sofre muito mais a condição do desemprego e entra na
informalidade com muito mais rapidez pela falta de opção",
afirmou.

Formada em Serviço Social e empregada na iniciativa privada,
Regina Papastawridis, de 29 anos, foi demitida após ter o segundo filho e
decidiu investir o dinheiro da indenização em um negócio próprio. Com apoio do
marido, ela montou um bazar perto de casa, na zona norte do Rio de Janeiro e diz
que seus problemas com empregada, babá para os filhos ou tempo para ir ao
supermercado acabaram.

"O que mais pesou para eu não voltar a procurar
emprego foi a necessidade de estar mais perto de casa, com a família. No
trabalho, o patrão não permite que a gente saia mais cedo para ir à reunião na
escola das crianças, por exemplo. Por outro lado, estou economizando os gastos
com empregada", destacou Regina.

O diretor da OIT disse que a
informalidade pode estar relacionada à globalização, já que vem aumentando de
forma generalizada em todo o mundo. Dados da própria entidade apontam que 60%
dos trabalhadores na África estão na informalidade; na Ásia são 40%; na Europa,
10% e na América Latina os percentuais variam entre 48%, no Brasil (acima dos
números divulgados pelo IBGE) e 38%, no Chile.

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