O trabalho infantil doméstico, nos últimos anos, vem sendo reconhecido como uma das piores formas de exploração de crianças no Brasil. Por isso, o seu combate tem tido prioridade por ser um trabalho realizado dentro de casa, onde não há fiscalização e que pode esconder uma série de injustiças. A avaliação é da oficial de projetos do Programa Internacional para a Eliminação do Trabalho Infantil, da Organização Internacional do Trabalho (IPEC/OIT), Daniela Rocha

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Segundo ela, existe o senso comum de que quem exerce trabalho infantil doméstico é beneficiado com cuidados e não é vítima de exploração. Em muitos casos, prossegue a funcionária da OIT, há um forte sentido de caridade, ao terem a criança trabalhando em casa em troca, por exemplo, de estudo

Ela lembra que a atividade doméstica é proibida no País – só é permitida a partir dos 16 anos e com todos os direitos trabalhistas e previdenciários assegurados. De acordo com o IPEC/OIT, normalmente, essas crianças são cedidas por famílias pobres de zonas rurais a famílias com melhores condições em áreas urbanas. Porém, com o inchaço populacional das cidades brasileiras e a criação dos bolsões de pobreza, esses meninos, meninas e adolescentes estão sendo ‘recrutados’ também nas periferias.

No Brasil, mais de 400 mil crianças e adolescentes na faixa etária entre cinco e 16 anos exercem trabalho doméstico. Esse é um dos principais setores de ocupação de crianças no País. As meninas são maioria – 90% dos casos, com maior incidência de negras ou pardas. A atividade é considerada ‘exploração infantil’ pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

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As crianças que trabalham como domésticas em casa de terceiros, segundo o IPEC/OIT, sofrem com o afastamento de suas famílias e muitas vezes não têm oportunidade de estudar ou brincar. Compõem um ‘exército invisível’ de mão-de-obra, que está sujeita à toda sorte de exploração. Por ser um trabalho realizado dentro de um lar, as meninas e meninos acabam não tendo a proteção do Estado.