Santa Catarina está a um passo de obter o certificado internacional de Zona Livre de Febre Aftosa Sem Vacinação, concedido pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE). A boa notícia veio ontem de Paris, quando a comissão técnica da entidade deu parecer favorável à pretensão catarinense de habilitar-se ao título. Agora, a reivindicação – encaminhada pelo Ministério da Agricultura – entrará em fase de emendas e receberá o veredicto definitivo na Assembléia Geral da OIE, marcada para 25 de maio. Caso isso aconteça, Santa Catarina será o primeiro Estado brasileiro a obter o documento.

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Apesar da euforia causada pela primeira vitória, o secretário estadual da Agricultura, Antonio Ceron, está cauteloso. "Temos que aguardar a decisão final mas, sem dúvida, demos um grande passo. Agora vamos trabalhar no sentido de garantir esse certificado de maneira definitiva, para podermos sentar à mesa com os grandes compradores, como o Japão e os países europeus.

Na América Latina, apenas o Chile tem o certificado de Zona Livre de Febre Aftosa Sem Vacinação. Outros Estados brasileiros, como Rio Grande do Sul e Paraná, têm o certificado, porém Com Vacinação. O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Santa Catarina, José Zeferino Pedrozo, explica a diferença. "Quando se faz vacinação, é óbvio que se fica livre de febre aftosa, mas existe o risco de ela voltar se a vacinação for suspensa. Só quando se tem muita certeza de que a doença foi totalmente erradicada é que se pode cometer a ousadia de dispensar a vacinação, pois não podemos correr riscos.

Pedrozo torce para que os dois Estados vizinhos consigam obter o mesmo certificado. "Quando o Paraná e o Rio Grande do Sul também conseguirem erradicar a febre aftosa de forma definitiva, isso será um ganho para nós, porque eliminará os custos da vigilância sanitária nas fronteiras", justifica.

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Em 2006, a ocorrência de focos nos Estados vizinhos e no Paraguai respingou nos cofres catarinenses, quando a Rússia suspendeu a importação como medida de precaução. "Se conseguirmos o certificado, a história das exportações de carne catarinense terá um antes e um depois de 25 de maio", prenuncia Pedrozo.