Garagem dos sonhos!

Oficina em Curitiba é o templo do Hot Rod: Bochesko tem o DNA dos carros clássicos na veia

Imagem mostra um carro modelo hot rod verde em construção em Curitiba.
Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná.

Um castelo dos sonhos em uma rua tranquila no bairro Bacacheri, em Curitiba. Uma casa amarela com um DNA familiar de construção, restauração e referência quando o assunto é carro antigo. Na oficina do Bochesko, o desejo de ter um veículo da Hot Wheels ou Ford Tudor 1930 com um motor possante e uma carroceria invocada na garagem é real. O estilo Hot Rod não tem limites.

A relação com os carros é uma paixão brasileira. Na infância, todo menino adora ter o seu carrinho, um rolimã feito pelo avô ou mesmo sentar no banco do motorista para rodar o volante com o carro desligado e trocar as marchas dos clássicos com câmbio manual. Em casa, modelos exóticos da Hot Wheels comprovam esse amor pelos clássicos que irão acompanhar no crescimento da criança.

A história da família Bochesko não é diferente, mas de uma ideia maluca surgiu um veículo real. O criador e fonte de inspiração foi o João Bochesko, que uniu um Ford 1920 com um Kombi da década de 1950. “Meu avô fez essa transformação no início dos anos 60. Ele que integrou todos no ramo. Outro pessoa que foi fundamental para o negócio da família foi o primo Aurélio, restaurando e comprando carros da década de 50. Na infância, como toda criança, a gente brincava e montava carrinhos, vivia na oficina ao lado de graxa e peças”, disse Leandro Bochesko, neto do criador. 

O criador e fonte de inspiração foi o João Bochesko, que uniu um Ford 1920 com um Kombi da década de 1950
O criador e fonte de inspiração foi o João Bochesko, que uniu um Ford 1920 com um Kombi da década de 1950. Foto: Arquivo Pessoal.

A partir dessas criações, a família foi se profissionalizando na fabricação, restauração e fabricação de peças de carros antigos. Os itens nem sempre são fáceis de comprar mesmo com a internet que coloca o cliente a um clique da peça. Um motor zero bala demora seis meses para chegar de navio dos Estados Unidos em Curitiba.

“Mexemos mais com carros das décadas de 20 e 30, e a entrega ao cliente é geralmente de um ano. Tem muitas peças que não existem mais, é preciso fabricar ou exportar. Um motor, por exemplo, vem de navio e demora de três a seis meses para chegar ao Brasil”, afirmou Leandro.

Em 2018, um hot rod nasceu “do zero” durante os três dias de MS Trade Show com a montagem e customização do um Ford Tudor 1930 que consumiu 36 horas de trabalho, envolvendo 18 profissionais, entre eles, o Leandro Bochesko, e dez empresas da área de fabricação automotiva e especializadas. Outro grande projeto foi realizado em um Ford 1929, feito em 29 dias para levar a Águas de Lindóia (Uma das maiores exposição de veículos antigos do Brasil, que ocorre no interior de São Paulo).

Lista de espera de três anos e projetos mirabolantes

A lista de espera na Bochesko é imensa, passa de três anos. A demora é natural nesse ramo, não adianta ter pressa. Os antigomobilistas, fãs dos carros antigos, são pacientes e adoram acompanhar todo o processo. Em alguns casos, os donos dos veículos assumem a responsabilidade de fazer a compra de itens e levar na oficina.

“Costumamos fazer de três a quatro carros no máximo ao mesmo tempo. Atualmente, estamos fazendo a restauração de um 1931 com uma mecânica de um Mercury da década de 1960. Se faz a alteração com todas as peças originais da época. Além disso, estamos lidando com um Ford azul 1929 de um cliente que já fez três carros conosco. A mecânica está toda de um carro esportivo dos anos 2000, vai andar muito bem. Importante que ninguém fica sem o serviço”, reforçou o “faz-tudo” Leandro.

E com grande experiência em atender os apaixonados, o neto do fundador já teve que balancear algumas ideias “exóticas” de clientes. Um dos principais questionamentos é se o carro vai transitar nas ruas ou em eventos automobilísticos. “Um cliente pediu um carro muito baixo. Motor, caixa e roda ficavam prá dentro. Orientei, sugeri mudanças, mas ele bateu o pé. Para deixar o carro é preciso sair quase que engatinhando, não tem espaço para nada. É aparência diferente mesmo. Existem carros fabricados que só podem ser usados em eventos, não pode na rua devido ao regulamento de trânsito”, explicou Leandro.

Orgulho e presença do vô

Ao lado do Leandro, está o pai Valdir. Aos 75 anos, demonstra animação e agilidade no trabalho. É encarregado de buscar produtos, faz a limpeza, ajuda nos tapetes, e ainda tem na garagem um lindo Ford Tudor 1929. “Eu fico orgulhoso pelo trabalho, o princípio foi com o meu sogro. Está no sangue, e faz muitas pessoas felizes recuperando um carro que está abandonado. É um desafio diário, é bacana acompanhar a emoção de clientes chorando ao sair daqui com o veículo. E melhor, tenho os filhos aqui perto, o Marcelo e o Alisson”, avisou Valdir.

Ford Tudor 1929
Ford Tudor 1929 é o carro do dia a dia de Valdir, pai do Leandro. Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná.

Da casa amarela e a saudade do avô que faleceu em 1986, a gratidão e o legado no conhecimento de carros antigos, a família Bochesko vai construindo a realidade através dos sonhos. “Sinto a presença do meu avô em vários momentos na oficina. Quando estou em dificuldade e penso como passar para a etapa seguinte no trabalho, ele de um jeito ou outro mostra o caminho. Esse amor e paixão é incrível, não é um trabalho, é diversão, é um sonho realizado”, completou o competente Marcelo.

Caso venha a querer um orçamento, entre em contato com o Marcelo pelo Instagram.

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