São Paulo – Os produtores de álcool hidratado, utilizado como combustível, prevêem que as vendas externas neste ano deverão repetir o mesmo desempenho do ano passado apesar de um aumento na oferta de 22,9%, o que representa um total de nove bilhões de litros ante 7,3 bilhões da safra anterior (2005/2006). A informação foi dada pelo diretor técnico da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), Antonio de Pádua Rodrigues.

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Com isso ele afastou qualquer risco de um desabastecimento por conta de um eventual crescimento do mercado internacional por esse produto. Dos 15,6 bilhões de litros de álcool anidro e hidratado produzidos no Brasil, 87,8% são comercializados no próprio país. Ainda assim, de acordo com Pádua, o setor sucroalcooleiro não vê um aumento significativo da procura nem mesmo diante da crescente participação dos veículos bicombustíveis ou flexfuel na frota nacional.

Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) indicam que, em abril, 76,8% dos negócios realizados pelas montadoras foram de veículos com motores capazes de funcionar tanto a gasolina quanto álcool. Já os modelos movidos apenas a gasolina, o percentual ficou em 18,3%.

Quanto à política de preços, Pádua argumenta que o próprio mercado é que fixará os valores. Ele observou que à medida em que se avança a colheita de cana-de-açúcar, os preços gradativamente vão caindo. "Do final de março pra cá houve queda de R$ 0,40 na remuneração ao produtor". A questão, conforme pontua, é que há lentidão no processo de repasse até chegar as bombas dos postos de combustíveis, onde "já devem estar abaixo de R$ 1,40".

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