A base governista no Congresso é formada por 11 partidos, mas a realidade aziaga é que essa máquina poderosa, que em várias oportunidades usou a maioria folgada para derriçar os pleitos da oposição, hoje se desespera por não assegurar 49 votos do total de 81, para aprovar no Senado, em primeiro turno, a proposta de emenda constitucional que estende a cobrança da CPMF até 2011.
O governo não conseguiu, ainda, digerir o enorme batráquio representado pelos cinco senadores que se declaram contrários à aprovação da PEC (a soma de votos do Planalto chega a 46), com a agravante que todos eles pertencem à base. Uma cerrada ofensiva que reuniu ministros e governadores simpáticos à proposta foi desencadeada no final da semana, com a finalidade precípua de pressionar os senadores pela aprovação da matéria.
Com viagem marcada para Buenos Aires, antes de subir a escada e entrar no aerolula, o presidente se encarregou de telefonar para aliados e oposicionistas, enfatizando a necessidade de assegurar a arrecadação complementar de R$ 40 bilhões.
Na avaliação interna da operação-abafa do Planalto, os senadores mais abertos à negociação e, enfim, suscetíveis ao entendimento, são os integrantes da bancada do PSDB, por sinal, o grêmio que tomou a resolução de manter em vigor a cobrança do imposto do cheque.
Além de se esbofar pela opulenta verba extra, Lula ouviu também muitas reivindicações. Vejamos no que vai dar…