Os moradores do conjunto habitacional Nova Esperança, na região Noroeste da cidade, já comemoram as obras que a Prefeitura está realizando para acabar com riscos de alagamento do rio Atuba. As obras – implantação de tubos de concreto de 1,8 metro e 1,5 metro de diâmetro – representam um investimento de R$ 138,6 mil e devem terminar até maio.
Os novos tubos serão colocados numa extensão de 219 metros. Os trabalhos da Prefeitura, que seguem o leito do rio, começaram pela rua Theodoro Prazmoski, no trecho entre as ruas Adelino de Paula e Arnaldo Baptista de Castro (a rua dos postes de alta tensão). Por causa disso a rua Theodoro Prazmoski está bloqueada para o tráfego de veículos no ponto junto ao rio. As obras se estenderão sob as ruas Oscar Spena e Arnaldo Baptista de Castro.
Celi Silvestre, de 25 anos, diz que a água invadiu sua casa pelo menos sete vezes, nestes cinco anos que mora no local. É que a casa, onde Celi mora com a mãe, o filho e os irmãos, sempre foi a primeira a ser atingida pela água, que tomava conta da rua Theodoro Prazmoski e ficava represada neste ponto. "Perdemos geladeira, o sofá apodreceu e o guarda-roupa está estragado de tanta água que entrou em casa. Depois que esta obra acabar vamos poder comprar tudo de novo", disse Celi.
Os novos tubos, com uma capacidade de vazão da água quase 16 vezes maior do que os atuais, estão sendo implantados onde antes havia uma vala aberta numa extensão de quase 30 metros, na rua Theodoro Prazmoski. Quando a obra estiver pronta este trecho da rua será assentado com terra e no ponto onde a rua se aproxima do rio a Prefeitura poderá plantar árvores.
Lixo
O tubo pequeno, que será desativado, não dá conta do volume de água e nem do lixo que é jogado nas ruas e no próprio rio. O material se acumula dentro do tubo e o entope, represando a água. Diversas vezes funcionários da Prefeitura precisaram entrar nos tubos para tirar o lixo enroscado manualmente, porque nem sempre o caminhão sugador conseguia tirar todo o material represado.
"Se a população colaborar, não jogando lixo na rua e nas caixas de ralo (bocas de lobo) a obra vai mesmo cumprir o seu papel e acabar com o risco de inundações neste ponto", assegura a engenheira Elizabete Sampaio, do Departamento de Obras e Saneamento da Prefeitura.
A dona de casa Maria Zenita da Silva, de 48 anos, diz que não há motivos para haver lixo nas ruas da região. "O lixeiro passa aqui três vezes por semana", afirma. Moradora na região há 14 anos, Maria Zenita diz que o lixo que vai para as ruas e depois para as bocas de lobo é um problema para ela. É que a sua casa, na rua Arnaldo Baptista de Castro, fica numa parte baixa a e há uma boca de lobo na frente. "Quando chove muito já venho aqui fora para tirar o lixo. Se eu não fizer isso alaga a minha casa. Pelo menos umas cinco vezes já perdi as minhas coisas por causa da chuva que entrou aqui", lembra.