O terceiro ano do governo Lula pode acabar sem a execução de R$ 1,3 bilhão de dotações orçamentárias do Projeto Piloto de Investimentos, tendo em vista a série de dificuldades burocráticas que impede a realização de obras há muito assinaladas como prioridade.
Ao longo de 2005 o PPI deveria investir o total de R$ 2,87 bilhões, dos quais R$ 2,3 bilhões na área de transportes, mas o Ministério do Planejamento avisou que o apreciável naco de R$ 900 milhões está com sérias dificuldades de execução nesse exercício. Estamos em meados de agosto, com a administração federal cerceada por uma crise política paralisante, mais uma vez vendo a procrastinação de obras inadiáveis.
Boa notícia para o setor de infra-estrutura veio com a definição do Banco do Brasil como gestor do fundo garantidor das Parcerias Público-Privadas (PPPs). Nessa disputa estavam também a Caixa Econômica Federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
O PPI foi concebido com base num acordo com o FMI, a fim de facilitar investimentos públicos na infra-estrutura de apoio ao melhor desempenho da economia. A vantagem que o governo pode perder é que os investimentos não contam como despesa primária na apuração do superávit fiscal.
Entre as obras contempladas pelo PPI estão um trecho da Ferrovia Norte-Sul, eclusas na hidrelétrica de Tucuruí e ramais rodoviários importantes para o escoamento da produção agrícola. Ao que parece, o canteiro de obras do presidente Lula somente será implantado no ano que vem.