Obra na estufa do Jardim Botânico exige cuidado especial

Os operários e especialistas da empresa contratada para fazer o restauro da estufa do Jardim Botânico, o parque mais visitado da cidade e um dos principais ícones de Curitiba, já sabem: "não pode cair uma casquinha de tinta dentro de uma bromélia durante as obras". A ordem é do arquiteto responsável pelo restauro, Francisco Zorzete, da Companhia de Restauro, empresa de São Paulo, contratada pelo grupo Farah Service para devolver à estufa que tornou o Jardim Botânico de Curitiba conhecido Brasil afora, as condições ideais.

Para que os trabalhos pudessem ser feitos, algumas plantas foram retiradas, como as que estavam mais próximas dos vidros. De acordo com o diretor do Departamento de Produção Vegetal, Edélcio Marques dos Reis, outras não poderiam ser removidas para não descaracterizar o estágio atual das plantas, o que levaria de oito a dez anos para ser atingido novamente caso todas as plantas fossem retiradas. Além de bromélias, exemplares de palmito, jerivá e embaúba, plantas que estavam sob a cúpula, permanecem dentro da estufa mesmo durante as obras.

Enquanto o cuidado domina os trabalhos dos funcionários encarregados do serviço, os visitantes do Jardim Botânico podem observar o capricho que uma obra como esta exige. E mesmo sem poder entrar na estufa, é possível percorrer os jardins franceses do Jardim Botânico, visitar o Espaço Cultural Frans Krajcberg e o Museu Botânico.

De acordo com Zorzete, o principal desafio, no caso de Curitiba, é a necessidade de preservação do construído e do natural. "É raro encontrar esta combinação", completa ao acrescentar que normalmente, nos restauros, a única preocupação é com o que já está construído.

A estufa de 500 metros quadrados, onde são armazenados os exemplares da Mata Atlântica precisa manter as condições ideais para criar artificialmente, pelo equilíbrio entre a temperatura e a umidade, o ambiente propício às espécies do bioma Mata Atlântica. "Mas os pontos de ferrugem existentes na estufa eram muito grandes", relata o secretário do Meio Ambiente, Domingos Caporrino Neto, ao esclarecer que o projeto foi desenvolvido pela Prefeitura e não vai levar a qualquer tipo de alteração do projeto original da estufa que foi inaugurada há 14 anos.

A retirada dos pontos de ferrugem está sendo feita pelo sistema de jateamento. Toda a estrutura tubular será pintada com uma tinta que garante qualidade e durabilidade. As borrachas que prendem os vidros à estrutura e cumprem a vedação da estufa serão trocadas, o que também deverá ocorrer com os vidros que estiverem impróprios. O sistema de drenagem existente na estufa também será substituído. A estufa terá novas calhas de captação da água da chuva.

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