Depois de renhida disputa, terminaram as prévias do partido Democrata dos Estados Unidos. E venceu quem era o favorito há meses: o senador Barack Obama, o primeiro negro a ser candidato à presidência da maior potência política, econômica e militar do planeta. É ele quem tentará terminar com a hegemonia republicana, representada no pleito pelo também senador John McCain.
E nada mais espetacular que a presença de um negro em uma eleição desta importância. E não é pura e simplesmente um negro: é um afro-americano, filho de queniano, criado na Indonésia, com forte influência muçulmana. Um vencedor, que teve carreira meteórica na política, e com qualquer resultado já inscreve seu nome na rica história dos Estados Unidos.
Barack Obama começa a disputa (que, a rigor, ainda não começou oficialmente) com vantagem sobre John McCain. Ele já esteve mais à frente nas pesquisas, mas a insistência da senadora Hillary Clinton em permanecer na disputa fez com que alguns indecisos já se bandeassem para o lado republicano.
Para manter esta frente, Obama terá que contar com a máquina democrata – principalmente com Hillary e seu marido, o ex-presidente Bill Clinton. Eles representam o lado mais conservador do partido, e têm força política, como se viu nas prévias (Hillary teve 18 milhões de votos). Alguns partidários da senadora não vão seguir no barco democrata, a não ser que ela se manifeste claramente a favor do ex-rival.
Além disso, ele terá que enfrentar o jogo pesado dos republicanos, que já começaram a atacá-lo, chamando-o de inexperiente e falando que ele não tem propostas nem firmeza para comandar os Estados Unidos. E a imprensa, até agora simpática no seu caminho, certamente procurará por podres de sua trajetória caso ele os tenha.
Não será fácil para Barack Obama. Mas, o maior dos desafios já foi passado: provar que, em um país miscigenado, pessoas como ele podem chegar ao mais alto cargo da república. Só por isso, ele já é vencedor.
