O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, será recebido amanhã pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, para discutir as reclamações de advogados de presos pela Polícia Federal (PF) na ‘Operação Furacão’, realizada na sexta-feira, informou a assessoria de imprensa da entidade. A operação desmontou uma rede de corrupção formada por bicheiros juízes e delegados acusados de ligação com a máfia dos caça-níqueis no Rio de Janeiro.
Os advogados afirmam que não estão tendo acesso aos autos do caso e que a PF estaria impondo restrições às prerrogativas dos profissionais que defendem os acusados. De acordo com a assessoria da OAB, em Brasília, o ministro Genro telefonou para Britto e se colocou à disposição para examinar as reclamações dos advogados. Os dois, segundo nota da assessoria, acertaram nova conversa por telefone amanhã de manhã para definir o horário do encontro, do qual deve participar a diretoria do Conselho Federal da OAB.
Na manhã de hoje, durante a reunião mensal do Conselho, no Rio de Janeiro, críticas ao ministro foram feitas, principalmente pelo conselheiro Nélio Machado. Advogado de dois juízes presos pela PF, Machado afirmou que Tarso Genro "não está se lembrando perfeitamente das lições ensinadas durante o curso jurídico, mas a OAB fará com que ele se lembre".
A nota da OAB afirma que "nenhum advogado até este momento conseguiu ver o inquérito, e nenhum viu a manifestação do Ministério Público que ensejou as prisões." Nélio Machado acusou a PF de "cerceamento do direito de defesa" e disse que, durante a ditadura militar, "jamais se impediu um advogado de examinar qualquer auto de inquérito em uma dependência policial ou no âmbito do Judiciário.