O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, disse hoje que é necessário investigar se o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, teve participação na quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa. Thomaz Bastos é ex-presidente da OAB. Antes de integrar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele advogava na área penal.
"Ninguém está acima da lei, ninguém está acima da quebra de princípios éticos e morais; se até mesmo o ministro estiver envolvido, ele deverá também sofrer as conseqüências da lei e da sua suposta falta de ética", afirmou Busato durante entrevista concedida hoje a jornalistas. "Essas notícias (do suposto envolvimento do ministro no episódio) trazem certo constrangimento à OAB, uma vez que ele é oriundo da entidade e já foi inclusive presidente do Conselho Federal (1987/1989)", disse.
Durante a entrevista, Busato também criticou o ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Ele disse que é "lamentável" o suposto envolvimento de Palocci com a quebra do sigilo do caseiro. "Nós protestamos desde o início e continuamos lamentando essa situação, que exterioriza a crise moral e política por que o governo está passando: foi a segunda maior autoridade da República, o condutor da política econômica, envolvido numa quebra de princípio ético tão grave", afirmou.