O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cesar Brito cobrou nesta terça-feira (17) do ministro da Justiça, Tarso Genro, amplo direito de defesa para os envolvidos na Operação Furacão, que prendeu desembargadores, advogados e bicheiros no Rio de Janeiro acusados de atuar na exploração do jogo ilegal e cometer crimes contra a administração pública. Brito e outros representantes da OAB procuraram Tarso Genro para reclamar que por diversas ocasiões as operações da polícia federal desrespeitam a legalidade.
"A operação está correta, mas é preciso respeitar a legalidade. A defesa veemente é em relação ao direito de defesa. Em nenhum momento a OAB fez juízo de valor sobre a investigação. Ao contrário, todos no Brasil podem e devem ser investigados", afirmou Brito salientando que o interesse da OAB é o de preservar o direito de defesa para que processos não venham a ser anulados. Durante a operação, pelo menos cinco advogados foram presos.
O ministro Tarso Genro disse aos dirigentes da OAB que o chefe da Polícia Federal, Paulo Lacerda, garantiu que as operações estão dentro da lei. Tarso exigiu, então, que a OAB faça por escrito uma manifestação para que ela seja examinada.
"O que os dirigentes da OAB me colocaram é que não se trata de uma questão pontual, mas sim de um acúmulo de procedimentos equivocados. Vamos examinar a manifestação e verificar se há ou não necessidade de normatizar", disse o ministro ressaltando que não há indicativo de mudança no rumo das investigações.
Tarso Genro negou-se a fazer uma avaliação se está havendo ou não exagero por parte da OAB. O ministro ressaltou que o processo de investigação é válido e está sendo controlado pelo Supremo Tribunal Federal. Sobre a prisão de advogados filiados à OAB na operação da PF, o ministro afirmou: "Todas as instituições têm infiltração de criminalidade".