O verde é o futuro do Brasil

Trecho da carta que em 1855, foi enviada pelo cacique Seathl da tribo Suwamishes ao então presidente dos Estados Unidos Fraklin Pierce, que tinha a intenção de comprar suas terras no oeste americano.

?Como pode alguém comprar e vender o céu, o calor da terra? É uma idéia estranha para nós, porque não possuímos a frescura do ar ou do brilho da água.

Como o grande chefe pode querer comprá-la de nós? Cada parte de nossa terra é sagrada para o meu povo. Cada copa brilhante de um pinheiro, cada praia arenosa, cada névoa dos bosques escuros, cada inseto luminoso é santo na memória e na existência de meu povo. Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes, para ele um pedaço de terra é igual ao seguinte, porque ele é um estranho que chega de noite e tira da terra tudo o que necessita o seu apetite. Devorará a terra e deixará atrás de si um deserto.?

Chegamos! Esperamos este dia como o vigia espera a aurora.

Bem aventurados os que chegam. Não nos desencaminhamos na longa marcha, não nos desmoralizamos capitulando ante pressões aliciadoras e comprometedoras, não desertamos, não caímos no caminho.    O nosso ideal de vida nos mandou executar um serviço, nós o faremos com amor, aplicação e sem medo.

Quanto ao nosso Partido Verde, discordar sim. Divergir, sim. Descumprir, jamais. Afrontá-lo, nunca.

Traidor das nossas instituições e do Estado de Direito é traidor da Pátria. Conhecemos o caminho maldito: rasgar as constituições, trancar as portas do parlamento, garrotear a liberdade, mandar os patriotas e concidadãos para a cadeia, o exílio e o cemitério.

Meus irmãos, é preciso coragem. A coragem deve ser uma marca inseparável do detentor de mandato popular. Sem ela, o dever e as instituições perecem. Sem a coragem as demais virtudes sucumbem na hora do perigo. Sem ela não haveria a cruz nem os evangélicos.

Os árabes tem uma palavra ?MAKTUB?, que significa ?está escrito?. Uma frase esculpida no átrio da Escola de Sagres dos primeiros navegadores, imortalizada pelo laureado Fernando Pessoa diz: ?Navegar é preciso, viver não é preciso? e dentro desta imprecisão da vida conjugada com Maktub dos árabes, quis o destino que estivéssemos juntos neste dia 27 de junho de 2005, para sermos testemunhas da filiação de um representante da cidade de Curitiba ao Partido Verde e, como tal, estimados colegas, nossos concidadãos, sejam bem-vindos ao Palácio Rio Branco, inaugurado em 1892, casa do povo de Curitiba.

O nosso relacionamento urbano (polis) é a ?política? onde juntos estabelecemos critérios de convivência. Quando nos tornamos desinteressados deste processo, surgem os oportunistas, os exploradores da nossa alienação política, os formadores dos clientelismos que prometem ?favores? porque não sabem ?criar direitos?. Os direitos são garantidos por leis que são produzidas pelo Poder Legislativo; os favores são frutos da incapacidade do legislador que se serve da necessidade humana, para, em cima dela, construir o seu poder.

Não há como ser um VERDE, quem não se emocione com a miséria, principalmente com a criança pobre que não pode permanecer nas ruas, marginalizadas da educação, da nutrição, da saúde e dos bens essenciais para uma vida digna.

Não pode existir decência, dignidade nacional e democracia sem a cidadania integral, sem a observância dos direitos e das responsabilidades, sem a vigência cotidiana, regular, sistemática e igualdade de todos os cidadãos perante a lei. Os infratores poderosos e, acima destes, as autoridades do Estado que cometerem delitos devem ser as primeiras a sofrer a punição legal e implacável.

Quanto mais graduado for o infrator mais rápida e exemplar deve ser a sua condenação. Além da certeza da punição legal, é essencial a exemplaridade. Sem a postura de cima, sem a disciplina férrea da lei, especialmente para os poderosos, não subsiste o Estado de Direito.

Nunca é demais lembrar o saudoso Ulysses Guimarães: ?A corrupção é o cupim da República?.

Não sou e jamais serei arauto do pessimismo e faço minhas as palavras do xará Paulo, o apóstolo das gentes, que afirma: ?restam agora a Fé, a Esperança e o Amor?.

Ao entregar a carta de desfiliação ao Presidente Municipal e ao presidente estadual, do meu ex-partido, após 25 anos ininterruptos de militância e filiação, preferi ficar entrincheirado na sociedade do que correr o risco de capitular, mesmo que tenha tido a mais alta motivação nos corredores palacianos e como tal me socorri nas lições do meu professor saudoso Reverendo Elias Abrahão, tirei do seu primado da esperança o meu consolo, a minha energia e a minha determinação: ?Encosto aqui o meu barco. Sou dos que crêem e esperam. Apesar de toda a onda pessimista que nos cerca, de muita informação desalentadora, sonho com um deserto fértil, com o estabelecimento de uma sociedade mais fraterna e igualitária, por isso mesmo menos violenta. Creio que o fruto da justiça é a paz.

Sou dos crêem e por isso mesmo creio em um amanhã pois, é lá que se escondem os meus sonhos mais dourados e meus desejos mais intensos. Creio com Sartre, que o homem não é a soma do que ele tem mas a totalidade do que ele ainda não tem, que ele ainda pode ter. Creio que a vida não caminha para trás, mas procura teimosamente novos caminhos que a levem para frente. Por isso, tem que haver um amanhã que nos pressagie dias melhores, mais plenos e mais fraternos.

Sou dos que crêem, e, por isso mesmo, tenho que decidir hoje, fazer o meu amanhã diferente, mais próximos dos meus sonhos. Porque creio no amanhã, não me deixo abater pelos reveses que porventura hoje eu venha a sofrer.

Porque eu creio no amanhã, caminho com determinação, sabendo que os momentos mais escuros da noite, são aqueles que precedem a alvorada?.

Meus irmãos do Partido Verde, o que me trouxe até vocês, foram os doze valores fundamentais que esposam os verdes: a ecologia, cidadania, democracia, justiça social, liberdade, poder local, espiritualidade, pacifismo, internacionalismo, cidadania feminina e o saber.

O PV faz parte de uma família política internacional, os verdes, que crescem em todo o mundo, desde o final dos anos 70. Se relaciona com os partidos e movimentos verdes de outros países com base na autonomia, na fraternidade e solidariedade. Se propõe a desenvolver estratégias conjuntas e ações coordenadas em favor do desarmamento, da desnuclearização, do ecodesenvolvimento, da solução negociada dos conflitos e do respeito as liberdades democráticas, justiça social e direitos humanos em todos os países.

Como Escoteiro há mais de 30 anos, e hoje com muita honra, Presidente Nacional da União dos Escoteiros do Brasil, filho do geólogo Riad Salamuni, que juntamente com o professor Bigarella, ambos discípulos do geólogo alemão Reinhardt Maack, primeiros ambientalistas acadêmicos do Estado do Paraná, como secretário municipal do Desenvolvimento Social no final da década de 80, como procurador concursado, no 5.º mandato como vereador da cidade de Curitiba, exercendo este ofício com a mais absoluta independência e transparência, com ética e responsabilidade, com sinceridade de propósito e coerência é que peço a permissão por me sentir um verde por natureza, de ingressar no Partido Verde como um humilde e dedicado militante, para que juntos possamos consolidar este que será o futuro Partido do Brasil e do mundo. Nunca é demais lembrar aos meus correligionários verdes, as mulheres e homens de bem, que a maior, a mais sonhada, a mais necessária, a mais difícil vitória do povo brasileiro vencer a fome, a miséria, a violência e as injustiças sociais ainda está por ser conquistada. Pois a maior glória de um brasileiro, é empenhar sua vida e sua inteligência na luta para que esta vitória não tarde ainda mais e que possa chegar o mais depressa possível.

A cada um e a todos os verdes, obrigado pela acolhida fraterna, a partir de agora, contem com o meu trabalho militante, para o que der e vier, aos meus eleitores, concidadãos e colegas de parlamento, enfim amigas e amigos, a gratidão pela compreensão desta decisiva mudança, e pela vibração a cada comunicado que faço da nova sigla, ou seja, o Partido Verde.

Enquanto tantos vieram com facilidade ao encontro do poder, nunca faltei aos meus companheiros e ao meu ex-partido, durante décadas que ficamos fora deste mesmo poder, tanto no município de Curitiba, como no Estado do Paraná. Neste momento no ápice do mandato e na qualidade de líder do Partido que está no poder no Estado, deixo este mesmo poder para ir ao encontro dos meus ideais e de um sonho de uma sociedade diferente, menos egoísta, mais solidária e com justiça social.

Que Deus nos abençoe, para que possamos atingir nossos ideais e objetivos.

Continuo um amante da fidelidade partidária e prossigo meu destino com a coerência de sempre.

Paulo Salamuni é advogado, procurador municipal (licenciado) vereador de Curitiba Partido Verde (PV) 5.º mandato popular.

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