Luís Eduardo Torres Marinho
Demorou, mas finalmente as empresas concluíram que, num projeto de tecnologia, a fase de planejamento, com o objetivo de mapear e priorizar as oportunidades e benefícios, é mais importante do que a implementação. Tudo isso porque se verificou que essa etapa é capaz de determinar com precisão e garantia como a tecnologia pode atender às demandas do negócio e gerar o retorno sobre o investimento realizado na área.
Atualmente, existem metodologias para se verificar isso com eficiência. Porém, não basta um conjunto de técnicas para se distinguir como obter sucesso com a tecnologia, embora ele seja imprescindível. É necessário explicitar nos projetos que o desenvolvimento de iniciativas de tecnologia dentro de uma organização determina o surgimento de novos processos, e isso sacramentará, concomitantemente, a quebra de paradigmas. E a empresa tem que saber, a priori, como esses novos modelos irão se estabelecer dentro de sua estrutura. Com isso, o respeito às suas especificidades torna-se preponderante. Acima de tudo, deve-se evitar durante a definição do planejamento de um projeto de tecnologia a ocorrência, no período de sua implementação, de interferências nas relações da empresa com seus clientes e fornecedores, a não ser de forma definitiva, benéfica e perceptível.
Em geral, as mudanças realizadas nas empresas em função da introdução de tecnologia impactam fortemente na forma de trabalho de seus colaboradores, e também no seu relacionamento com os clientes e fornecedores. Essas transformações nos processos de trabalho ocorrem basicamente para dar maior facilidade de disponibilização de informações relevantes aos envolvidos. Como resultado, isso acaba gerando mais foco no relacionamento com o mercado.
Dessa forma, as empresas que desejam desenvolver qualquer iniciativa de tecnologia precisam investir tempo na definição da estratégia e do planejamento de sua implementação, contemplando facilidades para o processo de execução melhorias e avaliação do retorno dos investimentos realizados. Outro ponto importante – quase intrínseco – é relativo às pessoas envolvidas, que devem trabalhar num extremo sentido de parceria para o bom andamento desse tipo de operação.
O fato é que os fracassos de projetos devem-se principalmente a implementações de tecnologia sem uma visão concisa e realista alinhada ao negócio. A conclusão é que usufruir a tecnologia depende mais de estratégia do que da aquisição de um conjunto de programas e dados para introdução dentro de um sistema já existente.
Luís Eduardo Torres Marinho é diretor da consultoria BearingPoint.