O silêncio necessário

Em editorial que reconhecemos bastante atrevido, se bem que necessário, dissemos que em boca fechada não entra mosca, insinuando que o presidente Lula e também o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, perderam preciosas oportunidades de ficarem calados. E, falando o que queriam, mas não deveriam, desencadearam crises que resultaram (e ainda resultam) em entreveros com a oposição, dificultando o andamento de importantes proposições no Congresso Nacional.

Durante a II Guerra Mundial, quando os alemães começaram a bombardear Londres, comentarista de uma modesta emissora de rádio do interior de Pernambuco saiu-se com esta: ?Se Churchill nos tivesse ouvido, nada disso teria acontecido?. Tal pretensão do locutor da terra de Severino e Lula nos faz pensar que o nosso editorial foi por eles lido. Sabemos que não, e novos fatos comprovam que continuam dizendo o que não devem.

Foi o que aconteceu com Severino, que confessou que é caloteiro de campanhas eleitorais e nem está aí para seus credores. Com a declaração de que não se peja em dar calote nem mesmo em quem financiou suas campanhas políticas, desenhou mais alguns vincos em sua imagem que já não é das melhores.

Lula, num ato carinhoso para com as mulheres no seu dia universal, saiu do ?script? e disse que elas estão presentes em vários postos políticos, no Brasil, mas que não tenham ganas de chegar já à Presidência da República. E uma sua auxiliar, num ato de benevolência para com o chefe, ou de pura bajulação, desculpou o presidente, viu carinho em sua jocosa declaração e acrescentou que na próxima eleição para presidente a vitória será dele ?e ninguém tasca?.

Quem deve ter estranhado tais declarações é a senadora Heloísa Helena, expulsa do PT por discordar do presidente e da sua agremiação política na cobrança de contribuições dos aposentados. E hoje é candidata à Presidência da República.

No Brasil existem muitas mulheres em altos cargos. Muitas é força de expressão. Diríamos várias, pois se considerarmos a relação numérica entre mulheres e homens seria mais justo que esse número de autoridades do sexo feminino fosse ainda maior. Não se pode acusar Lula de machista, apesar da bola fora do seu discurso. Fez uma brincadeira, uma gracinha.

É hora de nos convencermos de que, na vida laboral, na vida pública, na ciência ou em qualquer atividade humana que estejamos analisando, o que importa é competência e não o sexo. A diferença de sexos já era. Para muitos, inclusive no casamento e na cama.

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