O recorde do BNDES

A messe sem precedentes de lucros dos principais bancos, que levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a perorar que pior seria para o governo a criação de um novo Proer, com a finalidade de evitar a falência dos bancos, sorriu também para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), braço econômico do sistema público de incentivo a projetos de investimento em setores estratégicos da economia.

Nos primeiros seis meses do ano, o BNDES obteve um lucro considerado recorde, de R$ 4,43 bilhões, com o esplendoroso resultado de 34% a mais em relação ao mesmo período do ano passado.

E, numa prova insuspeita da eficiente condução administrativa, ao que parece, o lucro do semestre ultrapassou os ganhos obtidos pelos maiores bancos comerciais, como Itaú (R$ 4,016 bilhões) e Bradesco (R$ 4,007 bilhões). É preciso reconhecer que algo notável passou a ocorrer na governança interna do BNDES, que em momento algum, desde a posse de Lula para o primeiro governo até esta parte, foi apresentado à sociedade como fonte de maus exemplos, desvios de rota ou administração temerária.

Para o presidente do BNDES, economista Luciano Coutinho, a instituição logrou esse desempenho ao recuperar, no primeiro semestre, um montante de crédito da ordem de R$ 1,2 bilhão. Destarte, a rigorosa operação da carteira de crédito foi decisiva em levar o banco a contabilizar tão espetaculosa rentabilidade.

Dizendo de outra forma, a firme atuação do banco junto aos clientes com as inadimplências mais volumosas, algumas datando dos anos 90s, tornou possível a quitação de dívidas históricas que se arrastavam desde então. Várias operações foram realizadas com a intermediação do Poder Judiciário, que reconheceu o mérito das ações impetradas pelo BNDES.

Até julho, o banco emprestou R$ 31,2 bilhões, com especial destaque para o desembolso de recursos destinados a obras na infra-estrutura (construção civil, energia elétrica e transportes), estando a maioria dos projetos subordinada à orientação geral do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

No segundo semestre, o BNDES quer chegar ao teto de R$ 65 bilhões de empréstimos, com uma perspectiva bastante otimista para os próximos dois anos.

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