A Receita Federal está interessada em saber como procederam 3.310 contribuintes para transferir recursos da ordem de US$ 839,8 milhões, a fim de cobrir transações efetuadas no estrangeiro. Seria uma excelente oportunidade franqueada a outros investidores menos afortunados ou jejunos na complexidade dos mecanismos da exportação de divisas.

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O grupo privilegiado pela facilidade de mandar dinheiro para o exterior consta de relatório entregue pelo Fisco à Justiça Federal, em alusão ao caso Banestado e sua relação com o Beacon Hill Service Corporation, instituição bancária de Nova York também sob investigação.

O gato pulava contente cada vez que uma das pessoas citadas no relatório depositava dólares no Beacon Hill sem dar satisfações ao Banco Central e à Receita Federal. A papelada vai aportar na Procuradoria Geral da República, para possível abertura de ação penal contra empresários, industriais e políticos suspeitos de sonegação, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

Entre 1997 e 2000 devem ter saído ilegalmente do País cerca de US$ 30 bilhões, segundo cálculo do Ministério Público Federal. Uma parte desse volumoso dinheiro emigrou pelo canal das contas CC-5 do Banestado, cujo elo externo era o banco norte-americano. Ex-diretores do Banestado e 63 doleiros envolvidos nas operações criminosas de evasão de divisas, em vários estados, já foram presos. Agora a Justiça vai tratar com desvelo o interesse pessoal de cada investidor.

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