O desempenho do ?presidente-Teflon?, como não raro tem sido denominado o chefe do governo brasileiro, ?por causa de sua capacidade de se livrar dos escândalos?, foi motivo de reportagem publicada ontem pelo jornal Los Angeles Times, com base na Operação Xeque-Mate. Ela foi definida como a última ?de uma série com nomes teatrais que vêm dominando as manchetes no Brasil e manchando a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva?.

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Um dos jornais mais influentes dos Estados Unidos relembra que Lula, ?como a maioria dos políticos brasileiros, chegou ao poder prometendo atacar a corrupção arraigada?, embora o objetivo tenha se mostrado ?um trabalho de Sísifo?.

A comparação faz sentido, porquanto Sísifo é o gigante mitológico que tentava rolar enorme pedra para o cimo duma montanha, mas sempre falhava no intento toda vez que estava prestes a atingir o ponto máximo da fatigante empreitada.

Ao lado da clássica citação, que chega a tratar com simpática bonomia o nosso presidente, todavia, o jornal não deixou de lancetear o tumor que é a fonte dos contínuos dissabores da ?nação onde o suborno parece impregnado ao sistema político, custando bilhões anualmente aos contribuintes em concorrências fraudadas e outras práticas ilícitas?.

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Os leitores da rica e sofisticada Califórnia tomaram contato com nomes bombásticos tais como Hurricane, Anaconda, Vampiro, Dossiegate e, por último, Navalha e Xeque-Mate, operações realizadas pela Polícia Federal que resultaram na prisão de centenas de funcionários públicos, dentre os quais despontaram magistrados, ministros, parlamentares, secretários estaduais, policiais, lobistas e empresários corruptos.

Novamente o autor da matéria valeu-se de analogia perfeita: ?Os escândalos vêm e vão como os últimos lançamentos do cinema?. O clima de filme de suspense se completa com as referências a ligações telefônicas grampeadas, vídeos clandestinos, dados bancários e buscas judiciais vazadas para a imprensa.

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A nota desanimadora e que estende sobre o País espessa cortina de desconfiança, e até de desprezo, segundo o jornal, é que muitos políticos perdem os cargos, mas ?um sistema judicial ineficiente garante que a maioria escape da prisão?.