O poder supremo

Para a mulher, a beleza; para o homem, o dinheiro. Certo ou errado, é fato, todos somos seduzidos por beleza e dinheiro porque acreditamos ser essa a receita do poder supremo, o qual nos dará o tão esperado reconhecimento social.

A mulher bela, desde sempre, teve para si abertas todas as portas. O poder da beleza feminina é extremo, tanto que os ícones da beleza são muitíssimo bem remunerados. E como a indústria ligada à estética e à moda femininas arrecada horrores, o mercado lança todo dia alguma novidade para um público ávido por descobrir a fonte da juventude e da beleza.

Bem sabem as mulheres, é verdade, que apenas uma minoria se enquadra no dito padrão universal de beleza, porém todas vivem como se, na verdade, fosse o contrário, e, por essa razão, acabam sofrendo. O mais curioso nessa história, entretanto, é notar que as mulheres desejam, antes, parecer belas para as outras mulheres, e não para os homens, como seria de se pensar.

Já o dinheiro dispensa apresentações, ele faz e desfaz. O homem rico é bem-vindo em qualquer lugar e tratado sempre com pompa e circunstância. Os homens endinheirados sempre atraem mulheres belas, e vice-versa (estou generalizando por ser esse um fato esmagadoramente corriqueiro). O homem rico que tem mulher bonita ao seu lado desfruta de um poder fabuloso perante a sociedade. É invejado mil vezes por dia. E a mulher bonita, por sua vez, que tem um homem rico, tem todo o tempo e condições para laborar em seu ofício maior que é manter-se bela. É um acordo que quase nunca envolve amor mas apenas auto-promoção.

Tudo labora em prol do poder supremo da aparência, que é o que conta na sociedade moderna. Afinal, em nossos dias, mais importante do que ser, é parecer ser. E, convenhamos, um casal formado por um rico e por uma bela parece ser eternamente feliz. Esses, infelizmente, são os grandes anseios do mundo moderno.

O grande contraponto desse poder supremo é perceber a ansiedade que ele nos mete, pois como somos todos excessivamente dependentes do reconhecimento social, tornamos essa busca, por dinheiro e beleza, num comportamento obsessivo, a ponto de não imaginarmos vida feliz sem a sua conquista (ou manutenção).

Ou seja, o desejo de se refugiar na fortaleza da aparência, como sempre, só faz encobrir a fragilidade e a insegurança da qual todo ser humano infelizmente padece.

Djalma Filho é advogado e-mail: djalma-filho@brturbo.com.br

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