"O papa já vê e toca o Senhor, já se reuniu com o nosso único Salvador." Assim o cardeal Camillo Ruini, de Roma, sintetizou as horas finais de João Paulo II. A lenta agonia do papa se intensificou hoje, com sua respiração cada vez mais penosa, os sinais vitais empalidecendo. O mundo inteiro – e não só o 1,1 bilhão de católicos – acompanhou o que pareciam ser as últimas horas de João Paulo.

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O Vaticano não tentou esconder a gravidade da situação do papa, que recebeu a unção dos enfermos na quinta-feira. "As condições são cada vez mais graves", informou um comunicado assinado pelo porta-voz Joaquín Navarro-Valls, que é médico. "Os parâmetros biológicos estão deprimidos, a respiração é superficial." Mas se apressou a desmentir a agência italiana ADNKronos, que no fim da tarde divulgou que o eletrocardiograma do papa estava sem sinal, configurando morte cerebral.

Segundo nota oficial divulgada às 21h30 em Roma (16h30 em Brasília), o papa estava "plenamente consciente e extraordinariamente sereno". O ministro da Saúde do Vaticano, o cardeal Javier Lozano Barragán, anunciou que o papa estava "prestes a morrer". "Esta noite, Cristo abre a porta para o papa", previu Angelo Comastri, vigário-geral do papa para a Cidade do Vaticano.

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